O relatório final da CPI dos Sanguessugas pede o indiciamento de sete pessoas: seis envolvidos com a compra do dossiê contra políticos do PSDB, além do empresário Abel Pereira, acusado de ser a ponta da máfia de compra de ambulâncias com os tucanos.
O documento foi finalizado na madrugada desta quinta-feira (14) e, depois de muita discussão, ficou decidido que a CPI pedirá o indiciamento, por formação de quadrilha e abuso do poder econômico, de Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas, Expedido Veloso, Gedimar Passos, Valdebran Padilha, e Hamilton Lacerda, todos envolvidos com a compra do dossiê.
A informação é do vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE). Para a CPI, Lorenzetti, ex-analista de risco e mídica da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi o mandante da operação de compra do dossiê. Assim como os "aloprados" do dossiê (como foram apelidados por Lula as pessoas ligadas a essa negociação), Abel Pereira também é incluído em formação de quadrilha, segundo Jungmann.
O relatório não acusa, mas levanta suspeitas de que o dinheiro (R$ 1,7 milhão) usado para comprar o dossiê tenha como origem caixa dois de campanha eleitoral, provavelmente, segundo a CPI, das campanhas do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo paulista e da de Lula. O relatório levanta suspeitas contra ex-ministros da Saúde, mas não pede indiciamentos por falta de provas.
A CPI deve votar o relatório nesta quinta. Caso algum parlamentar peça vista do documento, a votação será adiada para semana que vem. A preocupação é que não haja quórum na próxima semana, o que comprometeria a votação do relatório.
Em agosto, a CPI aprovou um relatório parcial em que pedia a cassação de 69 deputados e três senadores acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Desses, porém, nenhum deve ser cassado pelo Congresso. Os processos contra os deputados devem ser arquivados por falta de tempo para julgá-los. Já os senadores, Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES), foram absolvidos pelo Conselho de Ética do Senado.
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Da máfia dos sanguessugas ao dossiê
G1