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Decisão no caso Jean Charles foi oportunidade perdida, diz Anistia

A Anistia se referiu à decisão da Alta Corte de rejeitar, também nesta quinta-feira, um recurso impetrado pela família do brasileiro, que contestava uma decisão

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional criticou nesta quinta-feira a decisão da Alta Corte britânica de não permitir processos individuais contra os policiais acusados pela morte de Jean Charles de Menezes, dizendo que ela foi uma oportunidade perdida de praticar Justiça. 

A Anistia se referiu à decisão da Alta Corte de rejeitar, também nesta quinta-feira, um recurso impetrado pela família do brasileiro, que contestava uma decisão anterior da Procuradoria-Geral britânica.

A Procuradoria havia decidido em julho que nenhum dos 15 policiais envolvidos na operação poderiam ser processados individualmente, por considerar que não havia indícios suficientes para isso.

Em nota, a Anistia diz que há "várias razões para pedir às autoridades que reconsiderem sua decisão" e que a Alta Corte "perdeu uma oportunidade de deixar que a Justiça seja feita no caso e para manter o princípio de que ninguém está acima da lei".

Para a Anistia, a decisão prejudica a "confiança pública no poder da lei e na conduta das autoridades de segurança" da Grã-Bretanha.

Reações

No parecer, os juízes da Alta Corte disseram não ver motivos para mudar a decisão tomada em julho.

"Não vimos nada que apoie a sugestão de que o exercício (da promotoria) apresentasse qualquer predisposição a um resultado específico ou que o caso não foi avaliado com justiça", disseram os juízes.

Patricia Armani da Silva, prima de Jean Charles, classificou a decisão como "vergonhosa".

"Continuaremos a lutar por justiça até que alguém seja responsabilizado pela morte do meu primo", disse ela.

"Não entendemos como a polícia possa matar um inocente e ninguém ser responsabilizado."

Os advogados da família disseram que vão apelar à Câmara dos Lordes, a última instância da Justiça britânica.

Jean Charles foi morto pelos policiais depois de ter sido confundido com um homem-bomba em julho de 2005, em Londres.

BBC Brasil

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