Paraíba

Velório de Sivuca reúne artistas e Sinfônica faz homenagem

O corpo do músico Sivuca está sendo velado no cemitério Parque das Acácias desde a madrugada e onde será sepultado às 17h.

O corpo do músico Sivuca está sendo velado no cemitério Parque das Acácias desde a madrugada e onde será sepultado às 17h. Pela manhã alguns artistas regionais, amigos e familiares velaram o corpo do musico. Na parte da tarde está prevista uma homenagem da Orquestra Sinfônica que fará uma apresentação às 15h no cemitério. Glorinha Gadelha, esposa e parceira musical disse estar muita abalada e não quis gravar entrevistas.

O irmão de Sivuca, Josué Dias de Oliveira chegou ao velório por volta das 9h e depois de ver o corpo do irmão mais velho falou com os jornalistas presentes. Ele disse que Sivuca convivia muito bem com a doença que enfrentava há pelo menos vinte anos e nunca se deixou abalar e serviu de exemplo para todos.

Josué, visivelmente emocionado, disse ainda que esteve com Sivuca há oito dias e relembraram juntos as brincadeiras de criança e que o Mestre deixa um exemplo de simplicidade, dignidade e ética profissional.

“Onde ele estiver, que se lembre da gente e interfira para o bem da boa música como ele pensou e fez”, disse Josué.

A produtora cultural Gal Cunha Lima, que produziu o DVD de Sivuca lançado no dia 20 de novembro, disse que se sente muito privilegiada em ter convivido com Sivuca e mais ainda por ter tido a honra de produzir o único DVD do Músico. “Sivuca sempre esteve acima do mal e do bem. É uma pessoa extremamente iluminada, de muito caráter e acho que cumpriu o papel dele com muita dignidade através da sua música transmitiu muito amor e muita paz”.

Sivuca gravou mais de 50 discos entre LPs, Compacto e CDs e recentemente lançou seu primeiro DVD. Teve dois casamentos, do primeiro nasceu Flavia Barreto que lhe deu três netos e o segundo mais que um simples casamento, uma parceria musical que deu certo com Glorinha Gadelha. 

Luto

O prefeito em exercício de João Pessoa, Manoel Júnior, decretou luto oficial de três dias na Capital, pela morte do músico Severino Dias de Oliveira, o maestro Sivuca. O artista – que faleceu às 23h55 desta quinta-feira, no Hospital Memorial São Francisco – era figura sempre requisita em eventos culturais da cidade e foi homenageado, recentemente, pela Prefeitura, que colocou seu nome no Anfiteatro da Praça Manuel Pereira Júnior, no Funcionários II.

Entre as últimas apresentações públicas do músico, acometido por um câncer na laringe, destaca-se o show que fez ao lado da Orquestra de Câmara de João Pessoa, no último dia 29 de junho, no São João da Capital, no Centro Histórico. No último dia 28 de outubro, o prefeito Ricardo Coutinho prestou uma homenagem em vida ao músico, inaugurando o Anfiteatro Sivuca, o Funcionários II. Este ano, a Fundação Cultural de João Pessoa indicou o nome do mestre para o Prêmio Nacional Jorge Amado de Literatura e Arte, edição 2006, dedicado à música popular brasileira, do qual foi finalista. Severino Dias de Oliveira foi condencorado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e o ministro da Cultura, Gilberto Gil, com a Ordem do Mérito Cultural.

O maestro e a música – O maestro Sivuca não era só um sanfoneiro. Apesar de não ter tido estudo musical, ter aprendido de ouvido, ele compôs partituras para orquestras internacionais em todos os instrumentos. O músico nasceu em 1930, na cidade de Itabaiana (PB). Aos 9 anos de idade já tocava sanfona em casamentos e festas pela região. Aos 15, foi tentar a sorte em um programa de calouros, em Recife (PE), tocando, entre outras, Tico-tico no fubá, de Zequinha de Abreu, música que gravaria anos depois em seu primeiro disco.

Estudou harmonia com o maestro Guerra-Peixe e foi para São Paulo pelas mãos da cantora Carmélia Alves. Trabalhou em dezenas de programas de rádio e integrou o elenco fixo da TV Tupi de 1955 a 1959. Representou o Brasil na Europa, em 1958; morou quatro anos em Paris, de 1960 a 1964 e, em 1965, já estava nos Estados Unidos para compor, como guitarrista, o conjunto de Miriam Makeba, famosa pela gravação de Pata Pata. Com ela viajou pela África, Europa e Ásia.

Voltou ao Brasil em 1975 e gravou o belo Sivuca e Rosinha de Valença. Também compositor de mão cheia, criou clássicos como Feira de Mangaio, juntamente com a esposa Glorinha Gadelha, sucesso na voz de Clara Nunes, e João e Maria, com Chico Buarque. Gravou com os gaitistas Toots Thielmans, Rildo Hora e interpretou Pixinguinha, Luperce Miranda e Bach. Aos 76 anos, Sivuca é um dos mais talentosos músicos em atividade no mundo.

Marcos Wéric 
Foto: Wallison Santos
Clickpb

COMPARTILHE

Bombando em Paraíba

1

Paraíba

Mulheres lançam campanha sobre projetos que mudaram a realidade social na Paraíba

2

Paraíba

Mais de 9 mil pessoas devem participar da Meia Maratona em João Pessoa

3

Paraíba

Preço do etanol cai na Paraíba e chega a média de R$ 4,14

4

Paraíba

Tatuagem peniana: Influencer paraibano afirma que aderiu a anestesia geral para realizar procedimento

5

Paraíba

Alexandre Jubert fala de boom imobiliário em João Pessoa e comemora sucesso da construção civil: “trabalhador pode ganhar mais de 5 mil”