Cotidiano

Jovem que participou da morte de casal pode continuar na Febem

O adolescente que participou da morte do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé pode permanecer na Febem mesmo após completar três anos de internação

O adolescente que participou da morte do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé pode permanecer na Febem (Fundação Estadual do Bem-estar do Menor) mesmo após completar três anos de internação tempo máximo de permanência na Febem.

A Justiça havia considerado o adolescente incapaz de cuidar de si mesmo depois de atingir a maioridade civil. Com a sentença, o jovem hoje com 19 anos teria que ir para um hospital psiquiátrico depois que o período máximo e internação terminasse, o que aconteceu em novembro deste ano.

A Secretaria de Estado da Saúde, incumbida de indicar um estabelecimento para onde ele iria, sugeriu dois locais as casas de custódia de Taubaté e de Franco da Rocha que acabaram rejeitados pela Justiça por serem destinados a adultos.

Sem dispor de uma instituição de saúde própria para adolescentes, a secretaria sugeriu, então, que ele fosse mantido na própria Febem, onde receberia tratamento de profissionais da saúde. O jovem deve permanecer na Febem até a decisão final da Justiça.

Procurada pela Folha Online, a Febem disse que só vai se manifestar após receber notificação da Justiça.

Julgamentos

Os três primeiros réus do caso foram condenados pelo crime no dia 20 de julho. Um quarto acusado Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco recorreu da sentença de pronúncia e ainda não tem data para ser julgado.

No júri, Agnaldo Pires foi condenado a 47 anos e três meses de prisão por estupro; Antônio Matias de Barros foi condenado a seis anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção por seqüestro, porte de arma e favorecimento pessoal; e Antônio Caetano da Silva pegou 124 anos por ter auxiliado no seqüestro e estuprado Liana.

No Brasil, o condenado fica preso por, no máximo, 30 anos. Como a decisão é de primeira instância, ainda cabe recurso.

Crime

O casal mentiu sobre a viagem para Embu-Guaçu para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela (litoral de São Paulo), com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar na cidade, mas acreditava que ele estaria com amigos.

Os namorados teriam passado a madrugada do dia 31 de outubro de 2003 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista (centro de São Paulo). Teriam ficado no local até as 5h do dia 1º, quando chegaram ao terminal rodoviário do Tietê (zona norte de São Paulo).

Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram macarrão instantâneo, água, biscoitos e leite em pó. De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.

Cinco pessoas foram detidas sob acusação de envolvimento no crime: um adolescente, Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, Antonio Matias de Barros, Antônio Silva e Aguinaldo Pires. 

Folha Online

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