O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu na terça-feira (19) ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que permaneça no cargo até o fim de janeiro. Depois de dizer que faria "esforço concentrado" após o Natal para escalar a equipe do segundo mandato, Lula voltou a pôr a reforma em banho-maria ao afirmar que a montagem do Ministério ficará para fevereiro, após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado.
Com o pedido de Lula a Thomaz Bastos, as outras trocas que ocorreriam a partir da saída do ministro ficaram congeladas. Cotado para a Justiça, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, permanecerá no Palácio do Planalto mais tempo. E o governador do Acre, Jorge Viana (PT), que encerra o mandato este mês, ainda terá de aguardar a vaga. Dono de perfil negociador e com bom trânsito na oposição, principalmente entre os tucanos, Viana é o nome mais citado para comandar a articulação política do governo Lula no segundo mandato.
Apesar do discurso oficial sobre o adiamento da reforma, Tarso disse que Lula deverá fazer "mudanças pontuais" na equipe até a segunda posse, em 1.º de janeiro. "O presidente vai anunciar apenas dois ou três ministros até a posse", afirmou.
"Ele está formando um juízo para no mês de janeiro fazer a remontagem total do governo." Na prática, Lula precisa jogar com as posições no Congresso e com a indicação de ministros para compor os interesses dos dez partidos no governo de coalizão. Por enquanto, está preocupado em acomodar o PMDB sem despetizar tanto o governo.
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, também deixará o cargo junto com Thomaz Bastos. Dois nomes são os mais cotados para substituí-lo: o diretor de Inteligência Policial, Renato da Porciúncula, e o atual diretor executivo da PF e braço direito de Lacerda, Zulmar Pimentel.
G1