O fim da viagem do novo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, ao Iraque acabou sendo marcado na sexta-feira pelo anúncio de mais cinco mortes de soldados dos EUA, o que eleva para quase 3 mil o número de vítimas norte-americanas na guerra.
Quatro das mortes aconteceram num combate, na quinta-feira, na província de Anbar, reduto da insurgência sunita e o lugar mais perigoso do Iraque para os soldados norte-americanos.
A quinta morte ocorreu na sexta-feira, a oeste de Bagdá, quando uma patrulha ficou sob fogo de metralhadoras e morteiros, afirmaram as Forças Armadas.
Com isso, as mortes de soldados norte-americanos no Iraque subiram para 2.965, aumentando ainda mais a pressão para que o presidente George W. Bush mude de estratégia no Iraque.
Bush já disse que vai anunciar um novo rumo nas atividades em janeiro, depois de ouvir as opiniões de seus comandantes militares, de autoridades do Departamento de Estado, de líderes iraquianos e de Gates.
O novo secretário da Defesa disse que, independentemente da estratégia adotada, o governo iraquiano precisa assumir a liderança no combate à violência sectarista entre os sunitas e os xiitas, que já matou milhares de iraquianos, principalmente em Bagdá.
"A situação em Bagdá é obviamente difícil. É evidente que o sucesso só será obtido por um esforço conjunto, liderado pelos iraquianos", disse ele a repórteres.
Gates afirmou que os líderes iraquianos têm planos concretos para reduzir a violência em Bagdá e combater as milícias, mas que ainda é preciso acertar os detalhes da implementação.
O premiê Nuri al-Maliki é criticado por não ter tomado medidas fortes o suficiente para conter a ação das milícias, que mantêm ligações com partidos de sua coalizão.
O Pentágono anunciou nesta semana que o Exército Mehdi, liderado pelo clérigo xiita Moqtada al-Sadr, superou a Al Qaeda e é hoje a maior ameaça à estabilidade iraquiana.
Os defensores de Sadr dizem que se trata de um "exército pacífico", que visa apenas à auto-proteção.
Reuters