A oposição reagiu ao comentário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que seria "demagogia" do Congresso reajustar o salário mínimo além dos R$ 380 acordados entre o governo e as centrais sindicais e a promessa de que irá vetar qualquer valor maior do que este. No que depender do PFL e do PSDB o presidente terá que usar a caneta. É que os dois partidos vão insistir num mínimo próximo dos R$ 420.
O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que o presidente desrespeita o Congresso ao tentar impor sua vontade. "Cabe ao Congresso tomar a decisão sobre o mínimo e certamente vamos trabalhar na tentativa de dar o maior valor possível. Ele [Lula] que cuide dos mensaleiros dele", afirmou.
Segundo o deputado, o objetivo é chegar aos R$ 420 mesmo valor defendido inicialmente pelos sindicatos. "Vamos votar o valor que os sindicatos propuseram antes da reunião com o presidente. [Os sindicatos] se entregaram para o governo, ficaram fechados numa reunião com Lula que ninguém sabe o que ocorreu", afirmou.
Segundo Maia, ao contrário do Congresso, os sindicatos não representam a população brasileira e não podem fechar um acordo em nome de todos.
O vice-presidente do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), disse que demagogia é o governo aumentar o valor do Bolsa Família e o número de beneficiados no ano da eleição. "O governo tem dinheiro para o Bolsa Família, mas não para aumentar o mínimo. Isso é demagogia", rebateu.
Dias afirmou que o PSDB "tem a obrigação" de lutar por um reajuste maior do mínimo do que o defendido pelo governo. "Nós não temos um valor definido, então devemos acompanhar o PFL pelos R$ 420, disse.
Folha Online