A economia dos Estados Unidos teve um aumento líquido de 167 mil empregos em dezembro e de 1,84 milhão em todo o ano de 2006, informou hoje o Governo, em um dado que dissipou as expectativas de uma pronta redução das taxas de juros.
O Departamento de Comércio informou que o índice de desemprego se manteve em dezembro em 4,5% da força de trabalho. Em janeiro de 2006, o desemprego era de 4,9%.
A maioria dos analistas tinha calculado que em dezembro a economia teria um aumento líquido de 100 mil a 115 mil empregos. Em novembro, este crescimento foi de 154 mil postos de trabalho.
O relatório governamental causou uma redução dos valores nas transações bolsistas, já que os investidores percebem que a aceleração do crescimento do emprego dissipa, por enquanto, a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) relaxe, dentro de pouco tempo, a política monetária.
O diretor do Conselho Nacional Econômico da Casa Branca, Alan Hubbard, disse, em declarações à rede "CNBC", que o forte crescimento do emprego sugere que "a economia dos EUA caminha rumo a uma aterrissagem suave", e atribuiu isto em grande parte à "boa política monetária" do Fed.
O dado do mercado de trabalho também sugere que a paralisia que afeta o setor imobiliário não se estendeu ao restante da economia.
Em junho de 2004, quando a taxa básica de juros estava em 1%, o Fed iniciou ajustes gradativos de sua política monetária que levaram essa taxa a 5,25%.
Os ajustes gradativos, de 0,25% em cada ocasião, apontaram para a contenção da inflação. Em agosto, o Fed iniciou uma pausa de seus ajustes, que continuou em dezembro, em um equilíbrio entre o controle da inflação e o espaço para um bom ritmo de crescimento econômico.
A maioria dos analistas espera que o Comitê de Mercado Aberto do Fed mantenha a política monetária inalterada em sua próxima reunião de 31 de janeiro.
O lucro médio por hora de trabalho subiu US$ 0,08 (0,5%), um aumento superior ao calculado pelos analistas, que esperavam 0,3%.
Em todo o ano de 2006, quando a economia criou uma média de 153 mil empregos por mês, o ganho médio por hora subiu 4,2%, duas vezes mais que a inflação.
O aumento do emprego em dezembro aconteceu apesar das perdas de postos de trabalho em três setores-chave: construção, manufatura e comércio no varejo.
O setor da construção teve uma queda líquida de 3 mil postos de trabalho. Na construção residencial, a diminuição foi de 16 mil empregos, embora isso se compense em parte pelo emprego na construção não-residencial.
Em dezembro, as fábricas dos EUA tiveram uma perda líquida de 12 mil empregos, a sexta diminuição mensal consecutiva. Em 2006, a economia dos EUA perdeu 72 mil empregos fabris.
As diminuições de dezembro se concentraram na indústria do automóvel, dos metais primários e na têxtil.
As empresas no varejo tiveram, em dezembro, uma perda líquida de 9 mil empregos, e em todo o ano esse setor teve redução de 58 mil postos de emprego.
Mas a economia acrescentou postos de trabalho em quase todos os outros setores.
O crescimento do emprego foi particularmente forte nos serviços profissionais, que em dezembro tiveram um aumento líquido de 50 mil postos de trabalho, e em todo o ano somaram 420 mil empregos.
A área de saúde teve em dezembro um ganho de 31 mil empregos e uma elevação líquida total de 304 mil empregos em 2006.
EFE