As barracas desordenadas e “liberais” da orla de João Pessoa e Cabedelo têm incomodado bastante o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Paraíba (Abrasel), Romeu Lemos e o presidente da Associação Brasileira de Hotéis – ABIH/PB, Tadeu Pinto.
A forma irregular das 114 barracas presentes nas praias de Manaíra, Cabo Branco, Bessa e Tambaú “afastou turistas e deixou uma imagem negativa da Paraíba”, enfatizou Tadeu.
O prefeito da capital, Ricardo Coutinho, já tem conhecimento das preocupações dos representantes, através de um ofício encaminhado na semana passada. Porém, até o momento, a Prefeitura Municipal não se pronunciou sobre o assunto. “É uma concorrência desleal, pois enquanto alguns pagam impostos, outros nem sabem o que é isso”, desabafou Lemos.
“Muitas barracas – inclusive a Espanhola – não possuem alvará de funcionamento e sim possuem, não têm validade”, disse Lemos. O bar Espanhola fica localizado na praia de Tambaú e, segundo o presidente da ABIH-PB, não paga imposto, arranca a grama do local e não tem os cuidados básicos com o ambiente.
“A retirada das barracas é uma luta antiga e enquanto as autoridades municipais não se pronunciarem, a Paraíba vai perdendo turistas e espaço no turismo regional”, frisou Tadeu. “Além de tirar a beleza das nossas praias, as barracas poluem nossa cidade”, completou.
Um projeto da Curadoria do Meio Ambiente visa tirar todas as barracas irregulares da orla e atender aos pedidos dos turistas, representantes e pessoenses. O presidente da ABIH informou que vai marcar uma reunião com o Conselho Municipal do Turismo para debater o assunto.
Outra reclamação dos representantes são as barracas “móveis”, ou seja, aquelas em que o comerciante vende em locais diferentes. “Se um turista come em um lugar desse, sai daqui falando mal da culinária paraibana como um todo”, lamentou.
As barracas também não são fiscalizadas pela Vigilância Sanitária, o que aumenta o risco de infecção e insatisfação dos visitantes do Estado. Os comerciantes registrados na Abrasel devem seguir as regras da resolução 216/2004 da Anvisa.
“Não queremos tirar o ganha-pão de ninguém. Todas as barracas devem ser regularizadas para que a democracia seja cumprida e nenhum comerciante seja prejudicado”, finalizou.
Valéria Sinésio
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