Cotidiano

Telefones e rádios ilegais atrapalham comunicação entre aviões e aerop

Rádios piratas e telefones sem fio de longo alcance estão provocando interferência na comunicação entre pilotos e torres de controle de aeroportos brasileiros.

Rádios piratas e telefones sem fio de longo alcance estão provocando interferência na comunicação entre pilotos e torres de controle de aeroportos brasileiros. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), essas transmissões invadem a freqüência do Serviço Móvel Aeronáutico, que opera entre 108 megahertz e 137 megahertz.

Relatórios oficiais do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), em Curitiba (PR), que monitora as aeronaves no Sul, Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo, mostram que um telefone sem fio chegou a provocar quatro interferências em oito dias no território gaúcho.

Esses telefones que atrapalham a comunicação não são homologados pela Anatel e a venda é proibida no Brasil. Mas é possível comprar os equipamentos através da Internet e em Ciudad del Este, no Paraguai. A reportagem do "Fantástico", da TV Globo, comprou um aparelho no país vizinho por R$ 150 e não teve dificuldades para passar pela alfândega.

Além dos telefones, as emissoras piratas também preocupam as autoridades aeronáuticas. Gravações mostram que, ao entrar em contato com torre de controle, um piloto da TAM ouve músicas, tocadas por uma rádio pirata. Nas proximidades do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, mais interferência. E o seguinte diálogo com o controlador de vôo:

– Está vindo muita interferência pela sua freqüência, está ciente?
– Estou ciente desde de manhã, infelizmente.

Em junho de 2006, uma rádio clandestina foi fechada pela Anatel, em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo documento enviado à agência pelo Destacamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro de Porto Alegre (RS), "diversas reclamações" vinham sendo recebidas de aeronaves, que apontavam interferência na freqüência utilizada por pilotos e controladores.

A investigação e punição das emissoras sem registro e dos telefones fora do padrão devem ser feitas pela Anatel, juntamente com a Polícia Federal. Esses crimes estão sujeitos a penas de até quatro anos de prisão, além de multa.

O tenente Bruno Pinto Barbosa, chefe dos controladores, afirma que o serviço de controle de tráfego aéreo é essencialmente calcado na comunicação com o piloto. “Gera uma certa apreensão de nossa parte pelo modo como isso (interferências de rádios e telefones) tem se expandido atualmente.”

Protestos

Os controladores de vôo brasileiros reclamam das condições de trabalho. Após o acidente com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado, os profissionais passaram a fazer denúncias sobre a existência de pontos cegos nos céus brasileiros (onde não é possível monitorar as aeronaves), falhas no sistema e falta de manutenção dos equipamentos das torres de controles.

Em dezembro, decolagens foram suspensas no Centro-Oeste e no Sudeste devido a falhas no sistema de comunicação das torres.

A Aeronáutica nega a existência de áreas cegas e o Governo federal anunciou mais investimentos no setor para aquisição e manutenção de aparelhos.

O Boeing da Gol se chocou com um jato e caiu em uma região de mata fechada em Mato Grosso. As 154 pessoas que estavam a bordo morreram. Foi a maior tragédia da aviação no país. 

G1

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