Contradição

Marcos Odilon corrige livro de Eduardo Bueno em carta para Jô Soares

O prefeito de Santa Rita, Marcos Odilon, enviou carta ao apresentador Jô Soares e ainda os jornais de circulação nacional apontando erro no último livro do hist

O prefeito de Santa Rita, Marcos Odilon, enviou carta ao apresentador Jô Soares e ainda os jornais de circulação nacional apontando erro no último livro do historiador gaúcho Eduardo Bueno, A Coroa, a Cruz e a Espada. Membro do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, Odilon contesta a informação de Bueno apontando a morte do Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha numa das praias do litoral paraibano.

´Resgitre-se que Eduardo Bueno não aponta onde recolheu essa versão, já que ao nosso ver é totalmente estranha e inverídica´, destaca o prefeito. Ele diz que o erro é cometido três vezes. Da primeira vez, Bueno disse que a nau N.S. da Ajuda, que transportava o bispo Sardinha, naufragou na barra do Rio Coruripe no litoral da Paraíba.

´Ora, o citado rio não nasce; ou desemboca no Estado da Paraíba, e não foi nas praias paraibanas que o inditoso e o primeiro bispo brasileiro pisou na sua última viagem´, declara Odilon. Ele sugere uma revisão para a segunda edição. ´Como sei que todo livro de Bueno é sucesso em livraria acredito que seja reeditado o mais breve possível´, finaliza Odilon.

Leia a carta na íntegra

A Coroa, a Cruz e a Espada

Marcus Odilon*

Nos últimos dias de dezembro, recebi um régio presente de Heitor Cabral – um exemplar do livro de Eduardo Bueno, intitulado A Coroa, a Cruz e a Espada que li de um só fôlego, pois o ilustre gaúcho é com justa razão um historiador que agrada a quem se interessa pelo assunto. Já li todos os seus livros, e lerei os que forem escritos por ele nos próximos anos. Mas, desta vez, o autor comete um lapso que merece reparo. O erro não pode se dizer que é simples distração. Pois é repetido três vezes; primeiro na página 18, quando diz que a nau N. S. da Ajuda, que transportava o Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha, naufragou na barra do rio Coruripe no litoral da Paraíba. Ora, o citado rio não nasce, ou desemboca no estado da Paraíba, e não foi nas praias paraibanas que o inditoso e primeiro bispo brasileiro pisou na sua última viagem. Continua no erro quando na página 234 diz: “nos arredores fica João Pessoa, capital da Paraíba”, e volta a falar no rio Coruripe, segundo ele rio dos sapos ou dos seixos. Fala que era território habitado pelos índios caetés, inimigos dos portugueses. Outro erro de Bueno! Os citados silvícolas ou mais precisamente os caetés, ao que se sabe, não habitaram o que seria em futuro próximo a Capitania da Paraíba, que era naquela remota época era dominada pelos potiguares e tabajaras, dos quais não se sabe práticas antropofágicas. Pelo contrário, em 1585, os tabajaras se aliam aos portugueses e vivem em paz, permitindo com isso a fundação da cidade de Filipéia de N. S. das Neves, atual João Pessoa.
Na contracapa do livro, editado pela Objetiva em 2006, volta a se referir a morte de Pero Fernandes Sardinha quando diz ter sido devorado pelos caetés em uma praia deserta da Paraíba.
Registre-se que Eduardo Bueno não aponta onde recolheu essa versão, já que é a nosso ver totalmente estranha e inverídica. Como sei que todo livro de Bueno é sucesso de livraria acredito que seja reeditado o mais breve possível. O melhor era uma revisão. Nenhum historiador paraibano a exemplo de Irineu Ferreira Pinto ou Horácio de Almeida se referem a esse episódio.
Na verdade há dúvidas quanto ao local, se Sergipe ou Alagoas, nunca porém a Paraíba.

* Membro do IHGP e Prefeito de Santa Rita(PB).

COMPARTILHE

Bombando em Política

1

Política

Após ofensa de Janja a Musk, Lula diz que “não temos que xingar ninguém” em evento

2

Política

Deputado pede convocação de ministro após ofensa de Janja a Musk

3

Política

Após Janja dizer “fuck you, Elon Musk”, dono do X rebate: “eles vão perder a próxima eleição”

4

Política

G20: Lula defende “pilar social” e jornada de trabalho equilibrada

5

Política

STF mantém, por unanimidade, decisão de Fux para impedir apostas online com Bolsa Família