O PMDB por maioria dos votos (46 a 11) decidiu nesta terça-feira apoiar a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara. Foram 64 votantes, com um voto em branco e seis que não optaram por nenhum dos candidatos.
"Com a decisão do PMDB, seguramente nós chegamos ao fato político mais importante dessa eleição", comemorou Chinaglia. "Eu me sinto honrado e fortalecido não só pelo peso numérico do PMDB, mas pelo peso político", completou.
A decisão do PMDB, o maior partido da Câmara, inclina a disputa em favor de Chinaglia, dificultando as pretensões de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) de ser reeleito ao cargo.
"A bancada, por sua significativa maioria, optou por acolher proposta feita pelo PT de reconhecer o direito do PMDB de ocupar a presidência da Câmara no segundo biênio", disse o presidente do PMDB, Michel Temer, referindo-se à manobra do PT que selou o apoio peemedebista.
"A bancada do PMDB saiu unida", garantiu Temer. Antes da votação, os deputados do partido decidiram por aclamação que a decisão tomada pela maioria teria que ser seguida pela minoria.
Chinaglia acredita que com a decisão do PMDB será mais fácil atrair o apoio do PSDB a sua candidatura. Os partidos de oposição ao governo tendem a apoiar Aldo Rebelo.
Antes do final da votação entre os deputados do partido, já ficava claro que a tendência seria pelo apoio ao petista. Segundo os primeiros peemedebistas que sairam da reunião, Chinaglia seria o escolhido. "Vai dar Arlindo por ampla maioria", afirmou o governador Luis Henrique (SC).
"Vai dar Chinaglia na razão de 3 para 1", apostava o deputado Mendes Ribeiro (RS), fazendo previsão do resultado da votação.
Para Mendes Ribeiro, o favoritismo de Chinaglia se explica pela proposta do PT de oferecer ao PMDB apoio para que assuma a presidência da Câmara a partir de 2009.
"Temos o compromisso do PT. O PMDB só não terá a presidência da Casa se for traído pelo PT", afirmou o deputado gaúcho.