Um dos maiores nomes da música popular brasileira da atualidade, Arnaldo Antunes, está em João Pessoa para lançar o seu mais novo CD intitulado Qualquer, dentro da programação do projeto Estação Nordeste, neste sábado (20), numa promoção Prefeitura da Capital (PMJP), por sua Fundação Cultural (Funjope). O show está marcado para as 22h, no palco armado no Busto de Tamandaré, depois da apresentação do percussionista paraibano Escurinho.
Compositor, cantor, poeta e performer, Arnaldo Antunes é um dos principais representantes da nova geração de músicos brasileiros. Na década de 80, foi um dos fundadores do grupo de rock Titãs, considerado um dos melhores do Brasil. Ele fez parte da banda entre 1982 e 1992, mas mesmo assim continua compondo com os músicos do grupo (Nando Reis e Paulo Miklos), bem como com Marisa Monte, Carlinhos Brown, Gilberto Gil, João Donato, Jorge Ben Jor, Marina Lima, Arto Lindsay e outros.
O show – Arnaldo Antunes vai apresentar em João Pessoa músicas do CD Qualquer, onde ressalta um lado que vem aos poucos aparecendo mais em sua produção musical que é o canto grave, apoiado por um contexto musical mais sereno.
Acompanhado por Chico Salem (violões), Betão Aguiar (violões e guitarras) e Marcelo Jeneci (teclados), ele vai cantar o repertório do novo disco, que inclui as canções Contato imediato (Carlinhos Brown/Marisa Monte/Arnaldo Antunes), Para lá (Adriana Calcanhotto/Arnaldo Antunes) e Lua vermelha (Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes).
O público vai curtir ainda sucessos de outros discos, como Socorro (Arnaldo Antunes/Alice Ruiz) e O silêncio (Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes), mais as releituras de Acabou chorare (Moraes Moreira/Galvão), Judiaria (Lupicínio Rodrigues) e Exagerado (Cazuza/Ezequiel Neves/Leoni). E como não poderia faltar, vai cantar também alguns clássicos dos Titãs, a exemplo de Não vou me adaptar (Arnaldo Antunes) e O pulso (Arnaldo Antunes/Tony Bellotto/Marcelo Fromer).
Cantar rasgado – Ele afirma que com os Titãs aprendeu a cantar berrado. "Para soar potente com o peso daquele som, os tons escolhidos para as músicas tinham que ser altos, para serem alcançados com mais volume de voz. O desejo era cantar sujo, rasgado, incorporando ruído à voz. Ao mesmo tempo, sempre norteei meu canto para uma adequação à intenção do que diziam as letras das canções. Como se tentasse expressar com o máximo de clareza o que a canção dizia (lição de João Gilberto)", comentou Antunes.
Agora não. Arnaldo diz que nos discos solo ele passou a se sentir mais livre para experimentar outros gêneros, outras formações instrumentais e outros registros de canto. Começou a explorar, em algumas faixas, os graves de sua voz, numa tonalidade mais próxima de como a usa na fala.
Suavidade – Com o grupo Tribalistas, por exemplo, ele sentiu que devia cantar com mais suavidade, para timbrar junto com as vozes de Marisa Monte e Carlinhos Brown. "Ouvir minha voz junto com a deles era muito diferente de me ouvir cantando sozinho e isso me fez aprender muito mais sobre meu próprio canto", relembrou Antunes.
"Algumas vezes acho que atingi certa maturidade nesse disco. Em outras, penso que ele é fruto de minha ansiedade artística nesse momento, sem que isso signifique um lugar definitivo a que eu tenha chegado. Posso vir a fazer um disco berrado de som pesado ou qualquer outra coisa, no futuro, se tiver vontade. Mas por enquanto é isso. É talvez o meu disco menos ligado ao universo do rock. Ao mesmo tempo tem uma identidade sonora de banda. De qualquer forma, eu toda vez acho o último disco o melhor", conclui.
Escurinho abre a noite com suas batidas fortes e letras criativas
nista paraibano Escurinho é outra atração da noite deste sábado (13) no projeto Estação Nordeste. Acompanhado da banda Labacé, o artista mostrará a sua música de batidas fortes e letras criativas, numa fusão musical, onde estão presentes desde o forró ao rock, sem fugir do caráter urbano e social, onde cabem ainda vários elementos da cultura popular. O show está marcado para as 21h, no Busto de Tamandaré, antes da apresentação do ex-titã Arnaldo Antunes.
Na sua trajetória artística, iniciada nos anos 70 na cidade de Catolé do Rocha (PB), Escurinho fez grandes parcerias, a exemplo de Chico César, com o grupo Ferradura, uma referência dos festivais e shows do interior da Paraíba. Já nos anos 80, quando mudou-se para João Pessoa, participou do movimento Jaguaribe Carne, ao lado dos irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró.
Repertório – Neste show, o percussionista fará um passeio na sua carreira, tocando músicas dos CDs Labacé e Malocage, como Negro espírito e Vadeia maloca respectivamente, além de Camisa amarela, uma composição com letra de Maiakovsc e música de Milton Dornellas.
Escurinho está entusiasmado com mais esta possibilidade de ter contato com um grande público como tem sido em todos os shows do Estação Nordeste, um evento que se tornou referência cultural da Capital.
"É uma grande honra para mim, participar de uma nova fase de eventos culturais da cidade, numa gestão pública que abre espaço aos artistas locais e consegue juntar as pessoas que já gostam e acompanham o nosso trabalho, além do público que ainda não conhece a nossa música. Além disso, o festival acontece no verão, um período em que a nossa cidade é bastante visitada por turistas, e é muito bom pra qualquer artista", avaliou.
Fonte: PMJP