Um antigo sonho da população de Bayeux, o Hospital Materno Infantil João Marsicano, localizado na Avenida Liberdade, enfrenta sérios problemas. Inaugurado em setembro do ano passado, a intenção era acabar com o desconforto das mães da região, que eram obrigadas a dar à luz em João Pessoa, por falta de uma maternidade no município.
Mas desde o início deste ano, a população voltou a enfrentar as mesmas dificuldades, graças à uma determinação do Conselho Regional de Medicina (CRM), que notificou o hospital na primeira semana deste mês de janeiro, pela ausência de um pediatra para acompanhar os partos. De acordo com a Portaria nº 569, de 1º de junho de 2000, do Ministério da Saúde, no mínimo dois pediatras deveriam trabalhar no local.
Segundo o diretor do Departamento de Fiscalização do Conselho, João Alberto Morais Pessoa, apenas um pediatra estava sendo disponibilizado pelo hospital, quando a presença de um pediatra nas salas de parto, com exclusividade, é obrigatória. O Conselho tomou conhecimento da situação através de denúncia da Cooperativa dos Pediatras, preocupados com a sobrecarga de trabalho e responsabilidade dos profissionais que atuam na maternidade de Bayeux.
Ainda de acordo com João Alberto, o hospital informou ao Conselho que por motivos financeiros, a instituição havia determinado a presença de apenas um médico pediatra no local, que deveria ficar responsável pela demanda média de 70 atendimentos diários do plantão, pacientes do ambulatório, emergências, e assistência na sala de parto.
Uma situação “humanamente impossível, que colocaria em risco as crianças e os médicos, que teriam que dar uma cobertura além de sua capacidade”, na opinião do diretor de fiscalização do CRM. Independente do número de partos realizados no local, o Ministério da Saúde determina a presença do pediatra neo-natal na sala de parto.
Ele explicou também que é fundamental a presença de um pediatra durante o parto, responsável por identificar problemas após o nascimento. Para prevenir possíveis problemas futuros, foi entregue ao diretor-técnico da maternidade, João Carlos Pereira Padilha, uma notificação para que fossem suspensos os partos no hospital enquanto permanecesse essa situação. Ele ressaltou que “a assistência aos recém-nascidos é essencial”.
O portal ClickPB procurou falar com o diretor-técnico da maternidade, Carlos Padilha, mas o mesmo encontrava-se na tarde desta segunda-feira (15) realizando atendimento e por esse motivo não pode falar com nossa equipe e esclarecer as medidas tomadas pelo hospital para resolver o problema.
Lilla Ferreira
ClickPB