Elis Regina

Cantora é lembrada com CDs e DVDs

Nesta sexta-feira (19) faz 25 anos que Elis Regina morreu. Preparava-se para gravar seu primeiro álbum pela Som Livre quando o resultado trágico de uma mistura

Nesta sexta-feira (19) faz 25 anos que Elis Regina morreu. Preparava-se para gravar seu primeiro álbum pela Som Livre quando o resultado trágico de uma mistura letal de álcool e cocaína chocou o País, tirando de cena aquela que é considerada até hoje a maior e mais influente cantora da música brasileira popular. A propósito da efeméride, a EMI lança no dia do aniversário de sua morte uma caixa intitulada simplesmente Elis, com três DVDs: Na Batucada da Vida, Doce de Pimenta e Falso Brilhante. A Trama promete ainda para este mês a versão remixada do disco Falso Brilhante (1976), em CD e DVD-áudio, nos moldes da impecável reedição de Elis & Tom (1974) realizada em 2005.

No fim do ano passado, a Trama também recuperou o álbum Elis (o último da cantora, lançado em 1980) e o encaixotou com um DVD contendo a célebre entrevista que a cantora deu para o programa Jogo da Verdade, que a TV Cultura gravou no dia 4 de janeiro de 1982, 15 dias antes de sua morte. Há ainda o DVD da série Grandes Nomes, da Rede Globo (1980), e o Ensaio, de 1973, também da Cultura, lançado pela Trama. A Som Livre também reuniu numa edição dupla seus dois primeiros álbuns, Viva a Brotolândia (1961) e Poema de Amor (1962). Ou seja, o baú de Elis está rendendo mais do que o do Raul. Pelo menos o dela vem com boas novidades para uma geração que tem demonstrado interesse em seu legado, mas não tinha nascido ou não era suficientemente grande para absorver conteúdo tão dinâmico em idéias e musicalidade.

No primeiro DVD da caixa Elis (Na Batucada da Vida), há nos extras um depoimento de seu filho mais velho, o produtor João Marcello Bôscoli, em que ela avalia a trajetória da cantora como perfeita. Independentemente da tragédia pessoal, da dor pela perda da mãe, Bôscoli reforça uma idéia já expressa em outras entrevistas, que parece cruel, mas que a realidade confirma: Morrer jovem é um privilégio para um artista. Desta vez, Bôscoli toma como exemplo Stevie Wonder e Michael Jackson, ídolos que ele preferiria ver mortos artisticamente a ouvir os álbuns que têm feito.

Já falou isso de Elis também, mas optou por não citar artistas brasileiros, provavelmente para evitar constrangimentos. Nem precisa. É só dar uma geral no que a geração de Elis (que ela considerava imbatível, como diz no Jogo da Verdade) tem feito nas últimas décadas para concluir que pelo menos podiam se aposentar com dignidade, adotando o esquema de compor/cantar poucas, mas perfeitas canções, como o grande mestre Dorival Caymmi. É tolice especular o que Elis estaria gravando hoje, mas pelo que ela já pensava do mundo e do mercado naquele final dos anos 70, é provável que enlouqueceria se sobrevivesse a essa hecatombe moral e cultural. 

A cantora

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em 17 de março de 1945 em Porto Alegre, RS. Foi, sem dúvida, a maior cantora brasileira de todos os tempos. Com técnica e garra, lançou alguns dos principais compositores brasileiros, como João Bosco e Aldir Blanc, Renato Teixeira, Fátima Guedes – só não lançou Chico Buarque porque resolveu pensar sobre o assunto – Nara Leão foi mais rápida.

A "pimentinha", como era chamada, tinha – como João Gilberto – a perfeição como meta. Exigia muito de seus músicos e compositores, exigia de sua gravadora, exigia de sua voz. Ganhávamos nós, o público. Não foi sempre assim – quando veio do Rio Grande do Sul tentou carreira no Rio de Janeiro – não foi pra frente. Seus primeiros discos são repletos das exigências da mídia, Elis teve que cantar o que vendia na época.

Transferindo-se para São Paulo, encontrou a cidade de braços abertos. Foi aqui que Elis chegou a perfeição, e foi aqui que se transformou numa tradição, tal qual sua amiga Rita Lee. Elis virou São Paulo, que a acolheu e a recolheu, quando se foi aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982.

Foi a primeira pessoa que inscreveu sua voz como instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil. E era. A voz de Elis soava como instrumento afinado, não perdendo, nem por um minuto, o carisma e a emoção em cada canção.

Envolveu-se com tudo de forma radical – com a música, com a política, com a vida. Maldita para muitos, Elis tinha sempre a frase certeira, a mente afiada, propósitos firmes: "Cara feia pra mim é bode… Sou mais ardida que pimenta!". 

Bibliografia

Eles e Eu – Memórias de Ronaldo Bôscoli (1994)
Luiz Carlos Maciel & Angela Chaves – Editora Nova Fronteira

Furacão Elis (1995)
Regina Echeverria – Editorial Nordica

Noites Tropicais (2000)
Solos, Improvisos e Memórias Musicais
Nelson Motta – Editora Objetiva

Discografia Completa

Primeiro disco
Elis Regina – Maio de 1961 (78 rpm – Continental 17.894)
Musicas :

Elis Regina – Julho de 1961 (78 rpm – Continental 17.968) 

Primeiro álbum
Viva a Brotolandia (1961 – Vinil – Continental Brasil – LP – 1994 – CD – Continental – Dose Dupla)

Ellis Regina – Março de 1962 (78 rpm – Continental)

Poema de Amor – 1962 (1961 – Vinil – Continental – PPL  – 1994 – CD – Continental  – Dose Dupla )

Elis Regina  – Dezembro de 1962 (78 rpm – CBS 3250)

Ellis Regina – 1963 (1963 – Vinil – CBS 37257 XMB 503 -1999 – CD – Sonny)

O Bem do Amor – 1963 (1963 – Vinil – CBS -1999 – CD – Columbia)

Compacto Simples – 1965 (Phillips) 

Samba eu Canto Assim – 1965 (Phillips Vinil & CD)

Dois na Bossa – 1965 (Phillips Vinil & CD)

O Fino do Fino – 1965 (Phillips – Vinil & CD)

Compacto Simples – 1965 (Phillips)

Compacto Simples – 1965 (Phillips) 

Dois na Bossa N. 2 – 1966 (Phillips Vinil & CD)

Elis – 1966 (Phillips Vinil & CD)

Compacto Duplo – 1966 (Phillips)

Dois na Bossa – Compacto Duplo – 1966 (Phillips)

Compacto Duplo  -1966 (Phillips)

Compacto Simples -1966

Ensaio Geral – 1966 (Rosenblit – Artistas Unidos – 7004)

Compacto Simples – 1966 (Phillips)

Compacto Simples – 1966 (Phillips)

Dois na Bossa N. 3 – 1967 (Phillips Vinil & CD)

Compacto Simples – 1967 (Phillips)

Elis Especial – 1968 (Phillips Vinil & CD)

Elis Regina em Paris – Compacto Duplo – 1968 (Phillips)

Compacto Simples – 1968 (Phillips)

Elis, Como & Porque – 1969 (Phillips Vinil & CD)

Elis Regina & Toots Thielemans – 1969 (Phonogram – Fontana Vinil & CD)

Elis Regina in London – 1969 (Phillips Vinil & CD)

Elis Como & Porque – N. 1 – Compacto Duplo -1969 (Phillips)

Compacto Simples – 1969 (Vinil – Phillips)
 
Tabelinha Elis x Pele – Compacto Simples – 1969 (Phillips)

Em Pleno Verao – 1970 (Phillips Vinil & CD)

Elis no Teatro da Praia – 1970 (Phillips Vinil & CD)

Madalena – Compacto Duplo – 1970 (Phillips)

Ela – 1971 (Phillips)

Compacto Duplo – 1971 (Phillips)

Elis – 1972 (Phonogram Vinil & CD)

Elis – Compacto Duplo – 1972 (Phillips) 

Compacto Simples – 1972 (Phillips) 

Compacto Simples – 1972 (Phillips Portugal)

Elis – 1973 (Phillips Vinil & CD)

Elis & Tom – 1974 (Philiips Brasil – CD – Phillips Brasil / CD – Phillips USA)

Elis – 1974 (Phonogram Vinil & CD)

Elis – Compacto Duplo – 1975 (Phillips Vinil)

Falso Brilhante – 1976 (Phillips Vinil & CD)

Falso Brilhante – Compacto Duplo – 1976 (Phillips)

Elis – 1977 (Phillips Vinil & CD)

Elis – Transversal do Tempo – 1978 (Phillips Vinil & CD)

Elis Especial – 1979 (Phillips Vinil & CD)

Elis, Essa Mulher – 1979 (WEA Vinil & CD) 

Compacto Simples -1979 (WEA)

Saudade do Brasil – 1980 (WEA Vinil & CD)

Último Álbum da carreira
Elis – 1980 (EMI ODEON) Só Vinil – Nunca lancado em CD

Elis Regina – Compacto Simples – 1980 (WEA BR)

Compacto Simples – 1980 (EMI ODEON)

Encontros – Elis Regina e Seus Amigos – 1981 (FONTANA)  Só Vinil – Nunca lancado em CD 

Elis Regina – Montreux Jazz Festival – 1982 (WEA ELEKTRA Vinil & CD)

Trem Azul – 1982 (Som Livre Vinil & CD)

Compacto Simples – 1982 (Som Livre)

Luz das Estrelas – 1984 (Som Livre Vinil e CD)

Elis Regina no Fino da Bossa – ao Vivo – Vol.1 – 1994 (CD – Velas BR)

Elis Regina no Fino da Bossa – ao Vivo – Vol.2 – 1994 (CD – Velas BR) 

Elis Regina no Fino da Bossa – ao Vivo – Vol.3 – 1994 (CD – Velas BR)

Elis ao Vivo – 1995 (Velas CD)

Elis Vive – 1998  (WEA 39842 CD) 

Redação

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