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Após reforço no Iraque, EUA querem mais tropas no Afeganistão

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou nesta quarta-feira que os comandantes americanos no Afeganistão recomendaram o envio de mais soldados ao p

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou nesta quarta-feira que os comandantes americanos no Afeganistão recomendaram o envio de mais soldados ao país, como parte dos esforços para combater ataques da milícia rebelde Taleban.

A possibilidade de mandar mais soldados ao Afeganistão ocorre ao mesmo tempo em que o presidente americano, George W. Bush, anunciou o envio de 21.500 soldados adicionais ao Iraque, causando questionamentos a respeito da habilidade americana em lidar com o conflito.

Atualmente, 24 mil soldados dos EUA estão em serviço no Afeganistão o número mais alto desde o início da guerra, em outubro de 2001. Os EUA também contam com mais 31 mil homens da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) dos quais 11 mil são americanos.

Para Gates, ao recente crescimento de ataques de Talebans contra forças americanas e aliadas, exige que os EUA "tomem uma atitude" para impedir que a milícia se reorganize.

O general Peter Pace, líder da cúpula das Forças Armadas americanas, não mencionou diretamente um aumento das tropas, mas disse que um "reforço" é necessário a curto prazo.

De acordo com Gates, a proposta seria analisada primeiramente pelo cúpula das Forças Armadas, que decidirão o que deve ser recomendado ao presidente George W. Bush.

Fronteira

Segundo o secretário, uma rota próxima da fronteira do Afeganistão com o Paquistão tornou-se um caminho para a infiltração de membros do Taleban.

"A região da fronteira é um problema", disse Gates nesta terça-feira após reunir-se com o presidente afegão, Hamid Karzai. "Há mais ataques vindo pela fronteira, há células da Al Qaeda operando do lado paquistanês. E essas são questões que dizem respeito ao Paquistão", disse.

Segundo ele, o governo de Bush considera o Paquistão um "aliado importante" na luta global contra o terrorismo. No entanto, autoridades militares dos EUA afirmam ter provas de que o Paquistão "fechou os olhos" para essa movimentação na fronteira com o Afeganistão.

Segundo os EUA, foi isso que permitiu com que o Taleban ampliasse os ataques contra alvos americanos, da Otan e do Exército afegão, principalmente no leste e no sul do país.

O número de ações insurgentes subiu mais de 300% desde setembro de 2006, quando o governo paquistanês fez um acordo de paz com líderes tribais do Waziristão (norte), ao longo da fronteira leste do Afeganistão, segundo dados militares dos EUA.

Prisões

Nesta quarta-feira, a Otan anunciou em um comunicado a prisão de um importante líder Taleban no distrito de Gereshk, na Província de Helmand. A identidade do preso não foi divulgada.

Segundo a Otan, ele seria o líder dos insurgentes no distrito de Panjwayi, da Província vizinha de Candahar, onde a Otan realizou recentemente a maior ofensiva terrestre de sua história.

A prisão ocorre um dia depois que soldados afegãos prenderam Mohammad Hanif, suposto porta-voz Taleban, perto da fronteira com o Paquistão.

Durante o ano passado, a milícia rebelde realizou um número recorde de ataques, matando cerca de 4.000 pessoas, segundo dados da Otan. 

Folha Online

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