O Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, controlado pelo Partido Democrata, descartou nesta quarta-feira o plano do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de aumentar o contingente militar no Iraque, que considerou "não ser do interesse nacional".
O repúdio simbólico à estratégia de Bush, apesar de já estar anunciado por um Congresso de maioria democrata há semanas, constitui uma oposição incomum ao comandante-em-chefe do Exército durante um tempo de guerra.
Bush defendeu ontem sua estratégia de aumentar o contingente militar no Iraque
O comitê votou hoje uma resolução (sem poder de lei) para rejeitar a estratégia de Bush, e o repúdio venceu por 12 votos a nove. "É melhor estarmos muito certos do que estamos fazendo, todos nós, antes de colocarmos mais 22 mil americanos naquele moedor", disse o senador Chuck Hagel, de Nebraska, o único republicano a se unir aos 11 democratas que apoiaram a medida.
O senador democrata Joseph Biden, líder da junta, disse que a resolução "não é uma tentativa de envergonhar o presidente". "É uma tentativa de salvar o presidente de cometer um erro significativo com relação à nossa ação no Iraque."
O Senado deverá se reunir para discutir a medida na próxima semana, e Biden afirmou que está disposto a negociar mudanças de forma a tornar a resolução mais atraente para os republicanos.
A crítica do Senado chega apenas um dia depois que Bush defendeu a necessidade de aumentar o número de soldados americanos no Iraque, durante seu discurso anual sobre o Estado da União ontem na Casa Branca.
A estratégia de aumento das tropas de Bush foi anunciada há apenas uma semana, na última quarta-feira (17), e os primeiros 3.200 dos 21.500 soldados adicionais chegaram ao Iraque neste domingo (21).
A Câmara dos Representantes, também liderada pelos democratas, pretende organizar uma votação sobre a medida assim que o Senado finalizar sua ação.