Um vôo da companhia American Airlines que vinha de Dallas, nos Estados Unidos, com destino a São Paulo, fez um pouso forçado na manhã desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Simón Bolivar, em Maiquetía, a 80 km de Caracas, na Venezuela. O Boeing 777, que havia feito escala em Miami, nos EUA, trazia 245 pessoas. Ninguém ficou ferido no pouso forçado.
Inicialmente, o G1 informou que o vôo operado pela companhia americana era compartilhado pela TAM. A empresa brasileira, no entanto, negou, em nota oficial, que tenha parceria neste vôo com a American Airlines. A empresa opera outras rotas em sistema de "code share" com o grupo de aviação norte-americano.
Segundo a torre de controle do aeroporto venezuelano, os 245 passageiros devem embarcar de volta para Miami em dois vôos, que decolam por volta das 16h. Ao G1, autoridades aeronáuticas venezuelanas informaram que o pouso forçado foi provocado por um problema mecânico ainda não especificado. De acordo com a agência de notícia Reuters, o incidente foi ocasionado por um princípio de incêndio na cabine.
O piloto teria dito a passageiros do vôo que houve um superaquecimento em um equipamento da aeronave. Duas pessoas que estavam no vôo relataram ter sentido um forte cheiro de queimado antes do pouso.
Entre os passageiros do Boeing 777 há várias crianças, muitas voltando de férias na Disney. Os passageiros estão retidos em Caracas desde as 7h desta sexta-feira. O vôo estava previsto para chegar a São Paulo às 10h30. O painel da Infraero no Aeroporto de Guarulhos confirma o atraso do vôo. A assessoria do aeroporto, no entanto, não tem informações sobre o pouso forçado.
Superaquecimento
O gerente de vendas José Carlos Rangel, de 42 anos, contou que a aeronave estava prestes a sobrevoar a Floresta Amazônica quando o piloto informou que teria que pousar na Venezuela devido a um problema no avião. Segundo ele, o piloto informou que havia um superaquecimento em um equipamento da aeronave.
No momento do pouso, foi acionado procedimento de emergência, segundo relato de passageiros ao G1. Rangel disse que o Corpo de Bombeiros já aguardava o avião no aeroporto. "A tripulação pediu que mantivéssemos as cortinas abertas para que os bombeiros pudessem visualizar o interior do avião." Segundo ele, os bombeiros entraram no avião e fizeram uma vistoria por cerca de 30 minutos.
Os passageiros só desembarcaram após o Boeing 777 ter sido rebocado até um dos portões do aeroporto. “Cerca de três horas depois do pouso nos foi avisado que o vôo tinha sido cancelado”, disse Rangel, que calcula que a maioria dos 245 passageiros que estavam no vôo era de brasileiros.
Os passageiros tentaram junto ao Consulado do Brasil na Venezuela que fosse levado à Venezuela um novo avião para que todos os passageiros fossem transportados para o Aeroporto de Guarulhos, mas o pedido não foi atendido.
Um agente da American Airlines propôs ao grupo que eles fossem conduzidos até Miami para então retornar a São Paulo em razão do maior movimento de vôos nos Estados Unidos.
Aflita
“Minha irmã me disse que ficou aflita, com o coração na mão, depois que o piloto informou que o avião teria de pousar na Venezuela por causa de um problema mecânico”, contou a administradora de empresas Bianca Daher, de 27 anos, que falou por telefone com a irmã dela, passageira do avião, após o pouso forçado. Bianca entrou em contato com o G1 por e-mail, enviado pelo serviço fale conosco.
Segundo relato da administradora de empresas Priscila Daher, de 33 anos, que estava no avião, os passageiros sentiram cheiro de queimado após o pouso da aeronave. Priscila Daher voltava de Miami, onde havia viajado a trabalho com mais três pessoas.
Folha Online