Os hospitais de Bagdá tiveram que montar necrotérios improvisados para receber o grande número de cadáveres. As salas e corredores de um hospital da região ficaram lotados.
"Eu estava na minha loja. Houve uma grande explosão e o teto caiu em cima de mim. Eu acordei aqui no hospital", disse um dos feridos à agência de notícias Reuters.
O ataque está sendo considerado um dos piores já registrados no Iraque. Apenas as explosões ocorridas na Cidade Sadr, em novembro, mataram mais pessoas -cerca de 200.
Analistas acreditam que os militantes estejam redobrando as suas atividades antes do esperado reforço de mais de 20 mil soldados americanos pedido pelo presidente George W. Bush.
O ataque ocorreu no mesmo dia em que o mais importante clérico xiita do país, Aiatolá Ali al-Sistani, fez um novo apelo para que os iraquianos "fiquem unidos e rejeitem a violência sectária".
Kirkuk
No norte do país, a polícia afirmou que uma série de atentados com carros-bomba matou pelo menos cinco pessoas na cidade de Kirkuk.
Outras 40 pessoas teriam sido feridas pelas explosões de sete artefatos na cidade.
Duas delas ocorreram em frente às sedes dos dois principais partidos políticos curdos do Iraque – o Partido Democrático Curdo, liderado por Massoud Barzani, que governa a região curda, e o partido União Patriótica do Curdistão, do presidente iraquiano Jalal Talabani.
"Os terroristas querem desestabilizar a cidade de Kirkuk", disse Razqar Ali, um líder curdo e presidente do conselho da província à agência de notícias Associated Press.
Samarra
Na cidade de Samarra, também no norte do país, um bando de homens armados teria atacado um posto de controle policial, matando seis policiais mortos e ferindo outros seis, segundo as informações oficiais.
A cidade de Samarra fica 125 quilômetros ao norte de Bagdá e abriga um mausoléu considerado sagrado por muçulmanos xiitas.
Um ataque ao local no ano passado é considerado por muitos o estopim da onda de violência religiosa que se alastrou pelo país e matou milhares de pessoas desde então.
BBC Brasil