Política

Governadores do PT se unem por espaço na direção

O embate pela renovação do comando do PT ganhará nos próximos dias um ingrediente novo.

O embate pela renovação do comando do PT ganhará nos próximos dias um ingrediente novo. Vitoriosos nas urnas de 2006, os cinco governadores petistas decidiram reunir forças para reivindicar espaço na direção do partido. Agendaram uma reunião para o próximo sábado (10), em Salvador. 

O encontro dos governadores ocorrerá antes de uma reunião do diretório nacional do PT, que acontecerá no mesmo dia, também em Salvador. O anfitrião Jaques Wagner, governador da Bahia, convidou os colegas Marcelo Déda (Sergipe), Wellington Dias (Piauí), Ana Júlia Carepa (Pará) e Binho Marques (Acre).

Wagner diz que o objetivo da conversa dos governadores é refletir sobre os rumos do PT. A intenção não declarada é esboçar uma estratégia comum dos chefes de executivos estaduais do PT para o debate que fervilha nos subterrâneos da legenda. Um debate que envolve a preparação do 3º Congresso Nacional do PT, em julho, no qual o partido deve encurtar em um ano do mandato de seu presidente, Ricardo Berzoini, marcando para setembro eleições para escolher uma nova direção.

Lideranças petistas de relevo, a começar de Lula, acham que é preciso acomodar os governadores na direção do PT. Em entrevista ao blog, o ministro Tarso Genro disse algo parecido: “Defendo que tenhamos um novo grupo dirigente, resultante de um acordo político de alto nível.” Para Tarso, “não seria nenhum espanto” se o sucessor de Berzoini viesse de fora de São Paulo. “Dependendo do nome, poderia até ser bom para o partido.”

O sucessor de Berzoini pode ser um governador do PT? Lula acha que sim. Enxerga em São Paulo um ninho de encrencas –do mensalão ao dossiêgate. Os dois nomes mais vigorosos são os de Jaques Wagner e Marcelo Déda.

Wagner refuga o assédio antes que ele tome corpo: “Minha preocupação é fazer um bom governo na Bahia. A função de presidente do partido exige uma disponibilidade de tempo incompatível com a agenda de um governador em primeiro mandato.” Déda ainda não se manifestou sobre o assunto.

Num ponto os governadores estão de acordo: a nova composição do comando do partido terá de respeitar a geografia das urnas. Acham que Bahia, Sergipe, Piauí, Pará e Acre credenciaram-se para reivindicar cargos na nova estrutura partidária, seja ela encabeçada por quem for.

O embate interno do PT foi eletrificado no final de semana. Reunidos em São Roque (SP), integrantes da atual direção decidiram reagir contra o documento “Mensagem ao Partido”. Nasceu de um texto de Tarso Genro, ao qual foram agregadas contribuições de três dezenas de petistas. Ressuscita a tese da “refundação” do PT.

Os governadores vão ao encontro de Salvador divididos em relação ao documento. Déda identificou-se com o texto. Wagner nem tanto. Embora ache que o PT deve se renovar e adotar mecanismos que o livrem de novas crises de cunho ético, não gosta do termo “refundação”.

Wagner tampouco aprecia a idéia, também contida no documento, de formação de “um novo campo político”, para se contrapor ao poderio do chamado “Campo Majoritário”, o grupo do deputado cassado José Dirceu. “Tenho minhas reflexões sobre a conjuntura do partido. Quem estiver pensando igual, a gente marcha junto. Depois, a vida continua. Não me parece adequado criar o embrião de uma nova tendência”, diz o governador da Bahia. 

Folha Online

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