Um vídeo gravado da cabine de um caça americano mostra um ataque dos EUA contra um comboio britânico no Iraque, que matou por engano um soldado britânico em 2003. Segundo o jornal "The Sun", uma sucessão de erros levou à morte por "fogo amigo".
O vídeo, divulgado pelo jornal e considerado secreto pelos EUA, segundo o Ministério da Defesa britânico é pivô de uma disputa legal sobre a morte do cabo Matty Hull, 25, em 2003.
O incidente aconteceu em 28 de março de 2003, sete dias após o início da invasão do Iraque para derrubar Saddam Hussein.
Em transcrições de trechos da gravação entre pilotos de dois caças A-10, é possível ouvir um deles lamentando ter atacado o alvo errado após o bombardeio, de acordo com o jornal.
Hull morreu no local do ataque em Basra (sul do Iraque), em 28 de março, apenas três dias depois de fazer aniversário. Outros quatro soldados britânicos ficaram feridos na ação.
De acordo com o "Sun", a fita aponta erros dos pilotos e dos controladores de vôo, que forneceram informações erradas a respeito de comboios de tropas aliadas na região.
Segundo o jornal, os dois pilotos estavam em uma missão para destruir artilharia e lançadores de foguetes ao norte de Basra quando atingiram os veículos militares britânicos.
Os pilotos não comunicaram aos controladores os dados precisos para estabelecer a identidade do comboio, confundiram as lonas laranjas com lança-foguetes, atacaram sem esperar o sinal verde e repetiram o ataque quando ainda não estava clara a identidade dos veículos.
Ambos são supostamente um tenente-coronel e um major americanos. Após o ataque, foram informados pelos controladores de que havia comboios amigos na área. Em seguida, souberam que haviam errado e matado um soldado da coalizão por engano.
"Estou passando mal", disse um dos pilotos. "Vão nos prender, colega", responde o outro.
Vídeo
Na sexta-feira (2), o promotor adjunto do condado de Oxfordshire, Andrew Walker, se viu obrigado a suspender uma audiência do julgamento porque o Ministério da Defesa não entregou o vídeo solicitado.
O Ministério argumentou que tinha recebido o vídeo diretamente do governo americano para sua própria investigação, e comunicou ao tribunal que o material era "propriedade dos Estados Unidos" e por isso não podia ceder as imagens sem a sua permissão.
Uma porta-voz do Pentágono afirmou que o governo americano nunca publica documentos que fazem parte de uma investigação e acrescentou que quem tivesse vazado o vídeo para a imprensa teria cometido um crime.
O jornal diz que "não há nada secreto" na gravação, que no entanto é extremamente "embaraçosa" para os militares.
Seqüestro
O segundo secretário da Embaixada do Irã em Bagdá pode ter sido seqüestrado por um grupo de homens armados com uniformes militares iraquiano, segundo testemunhas.
Segundo fontes do Ministério do Interior do Iraque, que não identificaram o diplomata iraniano, o seqüestro não está confirmado, mas indicaram que se iniciou uma investigação.
Testemunhas disseram que um grupo de 30 homens com uniformes militares iraquianos interceptaram hoje o veículo do segundo secretário iraniano na rua Arafat al Hindiya, em Bagdá. As fontes relataram que o diplomata acabava de sair do escritório de um banco.
As testemunhas afirmaram ainda que os seqüestradores ocupavam dez veículos parecidos com os utilizados pelo Exército iraquiano e que levaram o diplomata, que estava com outras três pessoas, a um lugar desconhecido.
O diplomata iraniano foi ao banco por ocasião de sua inauguração, acrescentaram as fontes.
Folha Online