Quatro oficiais do Exército iraquiano foram presos por suposto envolvimento no seqüestro de um diplomata iraniano em Bagdá, informou nesta quarta-feira o ministro iraquiano de Assuntos Exteriores, Zibari Hochiyar.
O diplomata foi seqüestrado no último domingo (4), numa ação que elevou a tensão entre o Irã e os Estados Unidos. Teerã acusou o governo dos EUA de estar por trás do crime.
Hochiyar não especificou quando os quatro oficiais foram detidos. "Suspeita-se que esses militares estejam vinculados com um dos grupos políticos que participam do governo", disse o ministro, sem dar outros detalhes.
Jalal Sharafi, segundo secretário da Embaixada iraniana no Iraque, foi capturado no domingo quando estava no seu carro no distrito de Karrada, no centro de Bagdá, por cerca de 30 homens vestindo uniformes do Exército iraquiano.
Ele foi levado depois de um tiroteio entre os homens e seguranças do diplomata.
Troca de acusações
No começo desta semana, o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Ali Hosseini, culpou as forças dos EUA pelo seqüestro do diplomata, dizendo que o crime foi cometido por um grupo ligado ao Ministério da Defesa que trabalha "sob a supervisão das forças americanas".
Forças militares dos EUA detiveram um grande número de cidadãos iranianos no Iraque, entre eles diplomatas, nos últimos dois meses, e mantém presos ao menos cinco deles.
Washington acusa Teerã de ajudar extremistas que lutam contra forças dos EUA no Iraque, e o presidente George W. Bush prometeu agir de forma agressiva para deter tal apoio.
"Tal ato terrorista foi cometido devido à ordem de Bush, com o objetivo de aumentar o confronto com o Irã", afirmou o Embaixador Hassan Kazemi Qomi à TV iraniana.
O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshiar Zebari, afirmou que o governo investiga o seqüestro. O porta-voz do Exército dos EUA negou que as forças americanas tenham sido responsáveis pelo crime.
"Não estamos cientes de tal ocorrido e não temos qualquer envolvimento com ele", afirmou o porta-voz do Exército dos EUA em Bagdá, Christopher Garver.
Folha Online