João Pessoa realiza a maior e melhor prévia de carnaval no Brasil. Este ano, segundo informações da Superintendência de Transportes e Trânsito (STTrans) são 143 blocos, em 2006 eram apenas 75. O ano passado a festa organizada pela Associação Folia de Rua, foi realizada com um orçamento de 450 mil reais.
Este ano o orçamento foi reduzido para 150 mil, e conta apenas com o apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa. A previsão era para que o evento fosse realizado com 500 mil para pouco mais de 60 blocos, filiados e convidados, que participam da associação. A crise financeira se instalou, apesar da existência de um projeto aprovado pela Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, no valor de 650 mil reais. A verba não foi liberada.
Às vésperas da abertura do Folia de Rua, que tem início na próxima sexta-feira (9), organizadores e presidentes de blocos ainda correm atrás de recursos para tentar colocar mais brilho na folia. Lis Albuquerque, presidente do Folia de Rua, esteve no ClickPB na tarde desta quarta-feira (7) e falou sobre os últimos preparativos. Segundo Lis a festa já tomou conta da cidade, e a cada ano cresce o número de blocos, “as pessoas se organizam em seus bairros, entre amigos, e surge um novo bloco”.
Ele enfatizou também que as dificuldades enfrentadas pelo Folia de Rua serviram, de certo modo, para sensibilizar a população, que apóia a festa e torce para que ela continue agitando o período pré-carnavalesco, já que a capital paraibana não tem tradição de carnaval, no período oficial da festa.
Projetos para o futuro
Lis anunciou que logo que o Folia de Rua se encerre irá começar a pensar na criação de um seminário, com a intenção de realizar um ampla discussão sobre o carnaval de João Pessoa. Com o título “Repensando a folia”, o objetivo é criar um fórum permanente para pensar e organizar o nosso carnaval.
Ele anuncia também, em primeira mão para o ClickPB, a criação de um grupo de notáveis, com a participação de cerca de dez representantes da sociedade paraibana, para pensar o carnaval. E também a intenção de criar uma comissão em parceria com o Carnaval Tradição. Pensar o carnaval como uma festa da cidade, do estado, e não apenas de grupos isolados, para estudar maneiras de alcançar a autonomia e independência financeiras que iria garantir a realização da festa.
Hora pra terminar
Praticamente na hora de colocar os blocos nas ruas, o Ministério Público (MP) resolveu cobrar o cumprimento de uma série de normas de condutas, que devem orientar a festa dos foliões. A mais significativa se refere ao término do desfile dos blocos, que após negociações entre Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) e Folia de Ruaa, ficou fixada em duas horas da madrugada. Este será o horário máximo para o encerramento de todas as festividades. Trios, orquestras e sons de palcos terão que ser desligados. Além da lei do silêncio, um outro motivo é que não há estrutura para garantir a segurança de tantos foliões na rua após esse horário.
Lis Albuquerque considera justo e correto que se cumpra a lei, ele disse apenas que não terão tempo suficiente para informar e orientar a população. Será necessário fazer uma rápida conscientização, para que as pessoas entendam os motivos da mudança. Ela acredita que adiantar um pouco o horário da saída dos blocos pode ajudar a resolver o problema.
Site Folia de Rua
Lilla Ferreira
ClickPB