O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Paraíba (Sinjep) teve acesso à lista dos trinta magistrados, entre desembargadores e juízes, da Paraíba que recebem salários acima do teto de R$ 22,1 mil estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça e vai iniciar uma série de ações para que o excesso seja devolvido aos cofres públicos estaduais.
De acordo com a lista, magistrados da Paraíba chegam a ganhar R$ 32 mil por mês, ou seja, quase dez mil reais a mais do que as remunerações dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que recebem R$ 24,5 mil. O excesso provocou a abertura de procedimento administrativo por parte do Conselho Nacional de Justiça contra o TJ da Paraíba.
`Isso é um absurdo. Nós servidores lutamos por reposições salariais e o Tribunal de Justiça sempre alega impossibilidade em face à questão financeira´, declarou o presidente do Sinjpe, João Ramalho, que esteve em Brasília esta semana para levantar documentos sobre o que classifica como ´farra de salários´ no Judiciário paraibano.
As informação foram fornecidas pelo próprio CNJ, sob a alegação de que trata-se de um caso de interesse público. O presidente do TJ disse que a primeira medida que irá tomar quando retornar à Paraíba e divulgar os nomes e os valores dos magistrados que extrapolam os valores estabelecidos em lei.
A maioria, segundo João Ramalho, recebe até R$ 26 mil. `Sempre disseram que não havia nepotismo no TJ. Ficou comprovado que há. Sempre disseram que não havia excesso de salários. Está comprovado que há. O Judiciário da Paraíba tem que acabar com o discurso´, declarou.
João Ramalho reivindica ainda junto ao CNJ o fim do expediente único no Poder Judiciário da Paraíba. ´Eles defendem a redução dos custos, mas não pensam em reduzir os salários que recebem em excesso. Por que será que a redução só deve recair sobre o cidadão´, declarou.
Redação Clickpb