O governador Cássio Cunha Lima (PSDB), nitidamente emocionado, afirmou nesta terça-feira (27), durante a cerimônia que marcou o relançamento do programa “Cheque Moradia”, no Palácio da Redenção, que mesmo com o respeito e admiração que nutre pelo procurador regional eleitoral, José Guilherme Ferraz, discorda dos argumentos do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) que apura o suposto uso do Fundo de Ação Comunitária (FAC) e do jornal a União para favorecer a sua candidatura a reeleição. “Mesmo sabendo que este é um processo que corre em segredo de justiça, me vejo obrigado a voltar a este assunto devido as matérias que são veiculadas na mídia a este respeito e que inevitavelmente interferem na opinião pública. Lembro que em nenhum momento o parecer do MPE trata de compra de votos e o próprio MPE jamais falou em me enquadrar no artigo 41-A, mesmo após investigar centenas de pessoas que eram beneficiadas pelo programa em todo o Estado”, garantiu.
Cássio argumentou que o programa, segundo ele lançado em 2005, tinha previsão no PPA, inclusive amparado lei, desmentindo o MPE e sobre a potencialidade do jornal A União de angariar votos o governador foi enfático: “Fico a me indagar se meia dúzia de manchetes de um jornal que historicamente tem este papel de divulgar as ações institucionais do governo e com uma tiragem reduzida poderia ter potencialidade para influenciar no pleito. É claro que não”, desabafou.
Dizendo ter agido de forma legítima durante todo o processo eleitoral, Cássio afirmou que frequentemente se faz uma confusão entre o papel assistencial da Casa Civil e a FAC. “Qualquer pessoa bem informada sabe que a Casa Civil sempre prestou assistência social e que o número de recursos da FAC cresceram no período eleitoral devido a disponibilidade de caixa que passamos a ter com o advento do Fundo de Combate a Pobreza. É importante esclarecer também, que apenas um décimo do percentual do fundo foi utilizado desta forma e noventa por cento foi empregado em obras como reformas de hospitais e etc”, revelou.
Cássio disse que em dois pleitos consecutivos obteve o mesmo percentual de votos (51,5) e que não existiu esta “avalanche de compra de votos”. “Quem em sã consciência iria comprar votos com um cheque nominal”, indagou ironicamente.
Com os olhos marejados o governador disse que se vê obrigado a tratar do assunto já que da forma como a mídia vem tratando ele teme perder o apoio da opinião pública e afirmou que tem medo que este tipo de reação possa acabar influenciando o TRE.
Cheque Moradia
Na cerimônia que contou com a presença do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Arthur Cunha Lima (PSDB), além de diversos secretários e prefeitos, Cássio entregou simbolicamente os talões do programa “Cheque Moradia” a treze municípios, foram eles: Boqueirão, Congo, Mamanguape, Belém do Brejo do Cruz, Bananairas, Curral Velho, Igaraci, Juazeirinho, Monte Horebe, Olho D´água, Soledade, Pilõezinhos e Picuí.
Segundo a assessoria do governo do Estado são 315 beneficiados, sendo 145 casas em construção, 45 iniciadas, e trinta em reforma.
Janildo Silva
ClickPB