A presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde de João Pessoa, Célia Marques, disse nesta terça-feira (27), durante sessão na Câmara de vereadores que contou com a participação de centenas de agentes, que quase mil e quinhentas famílias podem ficar sem o seu sustento devido a Medida Provisória (MP) enviada pelo Executivo municipal à Casa de Napoleão Laureano que determina a realização de concurso público e não renovação dos contratos da categoria. “Vamos aguardar amanhã, em frente ao shopping Tambiá, pelo veredicto da Justiça a este respeito. Caso o pior aconteça, mil quatrocentos e vinte e oito famílias podem ficar sem o seu sustento”, desabafou.
Célia afirmou, durante pronunciamento no plenário, que “Ricardo acreditava no processo seletivo quando era candidato e agora diz que é ilegal”, ocasião em que exibiu diversas fotos em que o prefeito aparece ao lado dos agentes em assembléias e campanhas eleitorais. “Nos demos dinheiro para as campanhas destes senhores e agora eles não querem cumprir a Emenda 51, parágrafo primeiro, artigo segundo, que prevê a efetivação dos atuais agentes”, bradou.
Em defesa a conduta do Procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, Célia disse que o membro do Ministério Público vem sendo associado à categoria de maneira tendenciosa e desrespeitosa. “Aquele é um homem de bem e só pelo fato de estar ouvindo estes trabalhadores, tem gente insinuando absurdos sobre ele”, reiterou.
Em defesa do prefeito, o líder da bancada governista, Benilton Lucena (PT), afirmou que a MP é o melhor para a cidade e que o concurso será feito. “Isso acaba de uma vez por todas com o instituto do QI, ou seja quem indica, e coloca em pé de igualdade todos os concorrentes”, garantiu.
Inconstitucionalidade
Sobre o suposto “cursinho” a ser oferecido pela prefeitura para preparar os cidadãos para o concurso, Hervásio perguntou ao líder da oposição para quem seriam oferecidas as vagas e Benilton admitiu que o alvo é a categoria dos agentes de Saúde. “Isso é uma anestesia para que eles se acomodem enquanto seus empregos são subtraídos. Quem traiu a categoria não fui eu! Este cursinho é inconstitucional por escolher uma parcela específica da população para oferecer um curso com o erário público”, acusou.
Hervásio encerrou o seu pronunciamento dizendo que não teme cartas anônimas. “Para cada denúncia contra mim, tenho dez contra a secretária de Saúde”, arrematou.
Maioria
Célia disse ainda, que acredita que "os mandatos dos vereadores pertencem ao povo e não ao prefeito, consequentemente criando uma maioria para derrubar a medida do Executivo" . "Não é possível que eles virem as costas para nós", previu.
Janildo Silva
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