O índice Shanghai Composite avançou 3,9% para os 2.881 pontos, depois que uma baixa de 8,8% fez desaparecer, literalmente, mais de US$ 100 bilhões em recursos dos investidores na terça-feira.
A queda foi atribuída ao temor de que o governo eleve as taxas sobre investimentos financeiros, em uma tentativa de aumentar a transparência das negociações no mercado e conter a especulação financeira.
Apenas nos últimos 12 meses, o preço das ações na principal cidade capitalista da China continental subiu 130%, e o Shanghai Composite ultrapassou os 3 mil pontos pela primeira vez na história.
Para conter a crise, autoridades chinesas saíram a público e negaram planos de elevar as taxas sobre investimentos financeiros, mas anunciaram a criação de uma comissão para verificar a procedência dos recursos que são investidos nas bolsas.
O índice Shanghai e Shenzen 300 avançou 3,5%, e o Shenzhen Composite, 3,8%.
Ressaca
Em outros mercados do mundo, entretanto, as baixas continuaram.
Na Ásia, o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, caiu 2,46%, enquanto o Nikkei japonês recuou 2,85%.
A queda chegou a 7,9% nas Filipinas e a 3,3% na Malásia.
Na Coréia do Sul, boas notícias sobre a produção industrial não impediram que o índice Kospi perdesse 2,5%, com os investidores esperando a divulgação de dados sobre o crescimento da economia em 2006.
Parte da explicação para o contágio das bolsas é o temor de que a economia global possa estar começando a viver uma desaceleração.
Dados divulgados na terça-feira pelo governo americano mostraram que a procura por bens duráveis caiu 7,8% em janeiro, a maior queda nos últimos três meses e bem mais forte do que os analistas estimavam.
A possibilidade de desaquecimento nos dois principais motores da economia mundial também impôs perdas ao mercado financeiro europeu.
Índice FTSE, da Bolsa de Londres, abriu em baixa de 1,5%.
O DAX alemão caía 1,6% na manhã da quarta-feira, enquanto o CAC40, francês, recuava 1,8%.
BBC Brasil