A Brakem, empresa líder na produção de plástico nas Américas, informou na noite de segunda-feira que seu acionista Novonor (ex-Odebrecht) recebeu informações complementares da oferta de compra feita pelo fundo de private equity americano Apollo Global Management e pela Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), a estatal de petróleo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. As empresas ofereceram R$ 47 por ação, com parte sendo pago à vista.
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A Novonor tem 50,1% do capital votante da Brakem. A Petrobras, por sua vez, conta com 47% das ações com direito a voto na empresa. Segundo fontes, a estatal tem preferência em uma eventual venda dos papeis da antiga Odebrecht na Braskem. Pelo acordo de acionistas, a Petrobras precisa ainda dar o aval ao negócio.
Com base no valor das ações, a venda da participação da Novonor na Braskem pode chegar a cerca de R$ 36 bilhões, segundo fontes do setor. Nesta quarta-feira, a ação da Braskem na B3 está em queda superior a 1,2%, cotada a R$ 25,95.
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No comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Braskem esclareu que se trata de uma “oferta não vinculante para a aquisição indireta da participação detida pela Novonor, cujas ações estão alienadas fiduciariamente aos bancos credores”.
Braskem informou que a proposta recebida pela Novonor estabelece um valor de R$ 47 por ação. Desse total, diz a companhia, parte seria pago à vista e o restante através de emissão de títulos (debêntures) e via “warrant”, por exemplo.
A empresa disse ainda que a proposta também é destinada aos bancos credores. Segundo uma fonte, a estatal de Abu Dhabi já iniciou conversas com Petrobras, BNDES, Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Itaú Unibanco. Não é a primeira vez que a Braskem é alvo de interesse. Em 2019, ainda na gestão de Pedro Parente, a LyondellBasell tentou, sem sucesso, comprar a companhia.
Petrobras: ‘análise cuidadosa’
Embora não haja qualquer decisão sobre a proposta, a Novonor está compartilhando “os termos da oferta com a Braskem, para que ela possa cumprir as normas específicas de divulgação aplicáveis”.
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A Petrobras disse que todas as ações relacionadas à sua participação na Braskem exigem “análise cuidadosa sob a perspectiva de gestão de portfólio e devem ser conduzidas com observância das práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”.
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A Braskem informou que “a proposta não vinculante depende de avaliação e negociação com a Petrobras e sua efetivação está sujeita ao cumprimento de determinadas condições usuais para este tipo de operação”.
Por outro lado, a Petrobras negou, após rumores de mercado, de que estaria discutindo uma parceria com o Mubadala, o fundo soberano de Abu Dhabi, para trocar as ações da refinaria de Mataripe, na Bahia, por ações da Braskem. Em 2021, a Petrobras concluiu a venda das ações da Mataripe para a Acelen, empresa que faz parte do Mubadala.