Desde o anúncio da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar esquemas de pirâmides financeiras são grandes as expectativas para o Senado Federal convoque o paraibano Antônio Neto, da Braiscompany, para dar explicações sobre o rombo bilionário que a empresa tem sido acusada por diversos clientes e alvo de uma ação da Polícia Federal (PF). Conforme apurou o ClickPB, caso ocorra a convocação, esta não seria a primeira participação de Antônio Neto no Senado.
Em dezembro de 2021, Ais, hoje considerado um foragido devido a crimes contra sistema financeiro, participou de audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sobre projetos de leis relativos a criptomoedas. Na época, ele foi apresentado como empresário e ‘especialista em blockchain’ e chegou a discursar sobre o tema por mais de cinco minutos .
Entre os pontos apresentados ao longo do discurso, esteve a regulamentação de tal mercado com medidas, segundo Ais, de modernização. “Este mercado esta acontecendo, está movimentando muito valor e tem como ser acompanhado na sua compra e na sua liquidez” disse em trecho do discurso. Na época ele se colocou “a total disposição” para “traçar a regulamentação do mercado”.
Mais de 90 dias foragido
Antônio Neto está sendo procurado pela Polícia Federal há mais de 90 dias. Contra ele e sua esposa, Fabrícia Ais, a principal acusação é de um rombo de R$ 2 bilhões, por meio de um suposto esquema de pirâmide financeira levantado com a empresa BraisCompany. O Ministério Público da Paraíba contabilizou até o momento mais de 3 mil processos envolvendo a dupla AIS.
Clientes alegam, em sua maioria, terem investido altos valores e não ter dito qualquer parcela dos retornos financeiros prometidos pela empresa. Segundo apurou a reportagem, investigações dos órgãos responsáveis apontam que grande parte dos investimentos dos clientes iriam para as contas próprias de Antônio Neto e Fabrícia e não para a da empresa.
CONFIRA A AUDIÊNCIA:
| LEIA MAIS SOBRE A BRAISCOMPANY:
- Ex-segurança relata que investidores entregavam jaguar, porsche, lanchas e casas a donos da Braiscompany
- Casal Ais ameaçava multar em R$ 1 milhão funcionários que falassem sobre operação da Braiscompany, diz ex-segurança
- “Acostumados a dar golpe, tinham tudo premeditado para fugir”, revela ex-segurança de Antônio e Fabrícia Ais, donos da Braiscompany
- Vítimas da Braiscompany fazem investigação paralela à polícia para localizar e prender Antônio e Fabrícia Ais
- Braiscompany alega não ter dinheiro e pede gratuidade de custas à Justiça após ser alvo de mais de 3,5 mil processos
- Promotor revela que MP recebeu mais de 3 mil denúncias contra Braiscompany e investidores tiveram prejuízo de R$ 250 milhões
- Braiscompany: PF deflagra nova fase de operação e cumpre mandados em investigação de movimentação de R$ 1,5 bilhão