A Patrulha Rural Indígena, criada para reforçar a segurança nas 32 aldeias do Litoral Norte da Paraíba, completa dois anos neste sábado (19), data em que é comemorado o Dia do Índio. O serviço foi criado pelo Governo do Estado, através da Polícia Militar, para atender a uma antiga reivindicação dos índios potiguaras que vivem nos municípios de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação.
Nos dois anos de atuação da patrulha rural indígena, já houve uma redução média de 50% dos crimes de homicídio, segundo os dados do Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace) da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social. A cidade de Marcação, por exemplo, não registrou nenhum homicídio no ano passado, enquanto em 2012 foram quatro casos antes da criação do serviço (19 de Abril).
Além da redução dos crimes contra a vida, o reforço da segurança na área onde estão situadas as aldeias inibiu outros tipos de crime, conforme relato do cacique-geral das aldeias, Sandro Gomes. “A patrulha rural indígena veio trazer sossego para nossa população, pois antes não podíamos ficar com as portas abertas, convivíamos com roubos e tráfico de drogas e hoje já podemos ficar na frente de casa de forma tranquila”, afirmou.
De acordo com o capitão PM Alberto Filho, da 2ª Companhia Independente, a patrulha rural indígena possui duas viaturas realizando rondas durante 24 horas nas aldeias. “Além das rondas trabalhamos também a aproximação com os índios para promover um planejamento conjunto da segurança no local, de acordo com as necessidades que eles apresentam”, detalhou.
Referência – Para o capitão indígena José Ciriaco, articulador de políticas públicas para os índios, a Paraíba virou referência no país com a implantação do policiamento para atender a população das aldeias. “Hoje nossa tribo potiguara é uma referência no Brasil, pois somos a primeira região a ter um policiamento voltado para garantir a segurança dos índios. Isso trouxe respeito pra gente que agora tem a polícia militar por perto 24 horas, dando segurança ao nosso povo e prevenindo nós, índios, dos males humanos”, destacou o capitão.