Maurílio Batista

A TRAIÇÃO

O que é a traição? É o ato de, pérfidamente, entregar, denunciar ou vender alguém ou alguma coisa; perfídia, infidelidade […]

O que é a traição? É o ato de, pérfidamente, entregar, denunciar ou vender alguém ou alguma coisa; perfídia, infidelidade no amor. E muito mais do que isso: É agir de modo desonesto e enganoso contra uma pessoa que deposita confiança em voce, ou gosta de voce. Provoca decepção e tristeza, e, muitas vezes, fere profundamente, por mais força que a vítima tenha e por mais segura e autoconfiante que seja. O prejuízo não é tanto material, por maior que seja o dano, mas de sentimento, de relacionamento, de amor não correspondido ou carinho desprezado. 

O que mais fere numa traição é a decepção por não receber o que se esperava, o que pensava que merecia, ou o que pensava que talvez viesse a receber da pessoa com a qual se relacionava. 

Esquecer o prejuízo de um assalto ou as machucaduras de uma agressão, é mais fácil e menos contundente do que sofrer uma traição. Traição tem muito de decepção, de indiferença, de esquecimento, de menosprezo, da parte de alguém que não esperávamos que assim agisse conosco. Mas, pode-se trair também sem a intenção de desprezo ou de indiferença. Há quem traia por não ter forças para segurar um grande desejo, uma forte atração, deixando-se levar por sua fraqueza, que se manifesta num momento mas é seguida por arrependimento. Como uma criança o faz quando se depara com um doce gostoso e difícil de resistir. Sua fraqueza maior não é a traição propriamente dita mas a falta de valor pessoal ou moral para resistir a um prazer momentâneo. Ela cede, mas, se arrepende imediatamente, o que não justifica de modo algum sua fraqueza. 

No fundo a confiança num traidor é um engano, pelo qual percebemos mais tarde que valorizamos excessivamente essa pessoa, isto é, muito mais do que ela merece, do que ela representa em relação a nós mesmos. Considerávamos ou amávamos, ou dedicávamos a ela uma amizade ou amor, ou carinho, que superava estes mesmos sentimentos, os quais julgávamos que ela nutria por nós. Trocando em miúdos, dávamos a ela muito mais do que julgávamos que ela nos dava. Fomos enganados ou nos enganamos na nossa avaliação dos valores dessa pessoa. 

A sensação de perder algo de valor é muito desagradável e não raro nos leva à decepção por perder um bem precioso e com o qual contávamos, mas, que se esfumou como fumaça soprada pela brisa mais leve. 

Em suas diversas manifestações, provoca ressentimentos, divisões, amarguras, elementos que, não raro, dão origem a vinganças, principalmente, quando o próprio traído não é uma pessoa centrada, resolvida e ponderada. As pessoas mais intempestivas, incapazes de se controlarem, fazem grandes estragos em suas reações, ao sofrerem uma traição. 

O traidor contumaz carece de princípios morais e manifesta na sua conduta uma enorme dose de egoísmo e uma total ausência dos princípios cristãos. Ao não se importar com os seus semelhantes, ele manifesta um grande desprezo e desconhecimento dos ensinamentos de Jesus, o mais perfeito ser humano que já existiu, que também era Deus. 

A indiferença pelo sofrimento alheio, na busca da felicidade pessoal, leva o traidor a atos dos quais, cedo ou tarde, ele se arrepende. Isto por que, por maior que seja a sua capacidade de camuflar-se, cedo ou tarde, a verdade se manifesta com sérias conseqüências para o traidor. 

A traição, como disse um dia um poeta, é como coceira: Basta começar. Uma vez cometido este ato tão criticável, mesmo que as conseqüências sejam as piores possíveis, o traidor faz da sua deficiência um modo de vida e se transforma no mais desprezível dos seres humanos: Um traidor. E é uma opinião quase que unânime dentre as pessoas que o traidor merece a mais severa das punições, o mais forte repúdio, a mais contundente reprovação. Tudo se pode aceitar e remediar, tudo se pode entender e esquecer, menos o ato vergonhoso e deprimente de uma traição. 

O mais famoso traidor de todos os tempos, Judas, não recebeu o perdão de todos os que souberam do seu ato hediondo e inexplicável. Mas, o perdão maior que alguém poderia receber, com certeza Judas recebeu: o perdão daquele que ele mais feriu. Daquele que morreu também por ele, o maior traidor de todos os tempos, o perdão do Filho de Deus. Com isso Jesus nos ensina e nos incita ao perdão. 

E quando o discípulo pergunta ao Senhor Jesus: “Senhor, quantas vezes devemos perdoar?” E Ele responde: “Setenta vezes sete!”, aprendemos que é através do amor que se conquista a Vida Eterna. 

O que nos leva a certeza de que melhor do que trair é ser fiel, melhor do que mentir é ser verdadeiro, melhor do que ferir, é socorrer, melhor do que receber é dar. 

Assim disse o Senhor. 

(Ebenézer Anselmo – Membro da AELB, escritor e articulista político)

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