Traíra é um peixe que tem hábito sorrateiro. É um predador. Vive nas águas paradas, nas mais sombrias. As traíras são caçadoras implacáveis e atacam suas vítimas pela cabeça. Estão sempre na espreita. Desleais, mas fáceis de identificação: não mudam nunca seus hábitos e fervilham em ano eleitoral
Para uma boa pescaria de traíra, iscas barulhentas fazem um efeito quase que milagroso– Clilson Júnior usa desse artifício como poucos -, isso irrita a trairagem. Emerge das brenhas e locas e se deixam revelar. Descoberta tenta dissimular – os fins justificam os meios
Quem adota essa pratica; quem busca o resultado a qualquer preço rejeita vínculo da política com a ética.
O realismo da maltratada e pobre Paraíba vem se agravando ultimamente. Hoje, o ex-governador Cássio Cunha Lima, pré-candidato ao Senado pelo PSDB, é o mais legítimo representante da subtração moral na política.
Nessa relação causa-efeito, ratoeiras e anzóis estão sendo utilizados como objetos de ressuscitação. Os mortos e insepultos politicamente estão sendo fisgados para engrossar o caldo da moqueca de traíra.
O ex-senador Ney Suassuna supostamente envolvido no Escândalo dos Sanguessugas, um esquema de compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas parlamentares, é a mais nova aquisição cassista. Ney é responsável por dois pedidos de cassação do senador Cícero, ‘amigo’ pessoal de Cássio.
Para esconder seu projeto personalístico, Cássio acusa o governador Maranhão (PMDB), candidato a reeleição e liderando pesquisas de opinião pública, de ser o responsável direto pela cassação de seu mandato de governador, para se aliar a inimigos de Cícero e enterrar, ainda em vida, a candidura legitíma a sucessão estadual do presidente do PSDB na Paraíba.
Não, Cássio não merece meu voto!