Não é novidade para ninguém que a política brasileira é movida a escândalos, trapaças e corrupções.
Que o Poder Legislativo está insepulto e em adiantado estado de putrefação, também não se constitui nenhuma surpresa.
Que a índole da rapinagem crustada nos genes da maioria dos políticos brasileiros será varrida com a aplicação, se sancionada, do projeto dos ‘Ficha Limpa’ já é querer demais. Foi apenas um passo para promover uma faxina nesse método indecente de se fazer política.
A sociedade informada sobre o dia-a-dia do Congresso e das chamadas ‘casas legislativas’ não pode se contentar com ‘um passo’. É preciso muitos outros para que o cidadão volte a ter confiança no que se deposita nas urnas.
Essa nódoa não se desmancha com um único esfregão de água e sabão. Tenta traduzir apenas a diferença dos padrões morais dos políticos e os bons da sociedade.
Mas, mesmo assim, com a introdução do projeto ‘ficha limpa’, muitos dos corruptos, os mais espertos, que não deixam rastros, ficariam de fora da decência na política.
O projeto ficha limpa também é falho em um outro aspecto: não é aplicado ao eleitor.
Mas por que só a política e os políticos precisam de ‘ficha limpa? E os outros poderes precisam de quê? Que tal se o país se unisse a chamada ‘grande mídia’ para um debate em nome da moralização do judiciário?
Arriscamos-nos até a batizar um projeto “Juízo Final”. Seria nos mesmos moldes do ‘ficha limpa’.
O tema, no entanto, será alvo da próxima coluna.
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