Definido o processo sucessório na Paraíba, com o possível retorno de Ricardo Coutinho a condição de barnabé e quem sabe às suas origens sindicalistas – sempre é tempo de recomeçar -, ousamos nesta coluna a fazer uma análise comportamental do presidente Lula.
Foi Lula, no início para a classe menos favorecida, uma espécie de Robin Hood tupiniquim. Para nós, observadores, Lula continua sendo o mesmo Robin Hood. Não aquele que tirava dos ricos pra dá para os pobres, mas o que afronta as leis.
É indecoroso o comportamento do presidente Lula nesta corrida pelo Palácio do Planalto. Ele desafia o Poder Judiciário, pisoteia e trata com escárnio a Justiça Eleitoral. Os olhos da magistratura, da sociedade e da decência a tudo assistem entre um misto de indignação e perplexidade.
Ao desdenhar do Judiciário para promover campanha antecipada, o presidente Lula busca desqualificar o conjunto de leis e, sendo assim, levar ao descrédito público uma instituição onde prevalece o bom senso e a sensatez. É lá, no Poder Judiciário, que se guarda um dos pilares da democracia. É o símbolo maior da resistência.
O erro é inevitável em uma administração. Errar é inerente ao ser humano. É, inclusive, válido no processo de aprendizagem, nos mostra que houve um caminho. Mas, pretender provocar corrosão onde se consolida o Estado democrático de Direito, com seus sucessivos erros, é aviltante. Atinge a hombridade de todos.
Esquece Lula, cujo governo foi marcado pela prática do mensalão e de atitudes desabonadoras que lesou a coletividade, que se sustentou no governo graças à intervenção do Poder Judiciário. Foi no judiciário que Lula encontrou guarida para se defender das denúncias de rapinagem contínua em que foi transformado o Palácio do Planalto.
Ao ser penalizado cinco vezes nos últimos dois meses pelo Judiciário, há de se perguntar. O presidente perdeu a compostura? Evidente que não. Lula apenas esqueceu a ética – se é que algum dia se lembrou de usá-la-. Na verdade sente desprezo pelas instituições com certeza da impunidade.
Ao ser o principal protagonista desse cenário político, tão conturbado, é dever do presidente defender a democracia e promover mudanças positivas para a sociedade e não subir em palanques.
Cabe ao Judiciário dar uma resposta para que não fiquemos com a sensação de impunidade.