O aumento no preço da gasolina e, principalmente, do diesel vai desencadear uma onda de inflação em outros setores da economia e aumento de preços de produtos. A análise foi feita nesta terça-feira (15) ao ClickPB pelo economista Rodrigo Leone após a Petrobras anunciar aumento de 16,3% da gasolina e de 25,8% do diesel.
O reajuste é válido a partir desta quarta-feira (16) e deve encarecer a gasolina em até R$ 0,41 por litro e R$ 0,78 no litro do diesel.
Ao ClickPB, Rodrigo Leone falou que o reajuste no diesel vai desencadear aumento no preço dos fretes cobrados pelos caminhoneiros, que repassar os custos aos compradores que, consequentemente, vão aumentar os valores aos consumidores.
Rodrigo Leone também mencionou que o efeito cascata desse reajuste dos combustíveis vai gerar inflação e a possibilidade de aumento entre 0,7 e 0,8 no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um dos índices de inflação mais tradicionais e importantes do país.
“O aumento, principalmente do diesel, vai espalhar inflação pelos demais setores. Aumenta o frete, que causará aumento em toda cadeia produtiva, já que o maior modal no Brasil é o caminhão, chegando até o consumidor. É um aumento em cadeia, que deve gerar aumento de 0,7 a 0,8 no IPCA do próximo mês”, afirmou Rodrigo Leone ao ClickPB.
O economista lembrou, no entanto, que esse reajuste anunciado pela Petrobras é uma recuperação de preços que a estatal vem fazendo, já que os combustíveis comercializados no país estão com valor defasado com relação aos preços do petróleo no mercado internacional.
“Esse aumento é uma recuperação dos preços. A Petrobras vem represando o preço do petróleo, que está defasado. Pode ser bom em curto prazo por termos diesel e gasolina mais barato, mas em longo prazo represar o preço do petróleo no Brasil vai piorando as condições da Petrobras”, analisou Rodrigo Leone.