A sensação é de fuga da responsabilidade. O sentimento é o de abandono. Poderíamos recomendar, se fosse o caso, exame de DNA (substâncias químicas envolvidas na transmissão de caracteres hereditários). O bom senso indica, no entanto, que pai é quem cria, quem zela, quem cuida…
Ele nasceu fruto do amor – sentimento dos mais nobres -, e não da indecência do ‘fui eu que fiz’.
No novo, ainda usando cueiros, é vítima de má formação.
Acometido da síndrome da Geni (não há registro na literatura Médica sobre a evolução e muito menos de como se contrai). O poeta a define como ‘é feito pra apanhar. É bom de cuspir’. Foi arrastado por mãos alheias.
Apesar de tantos pedidos, o pai desnaturado, que nunca reconheceu um erro cometido, deixou candidamente, Traumatizadinho ser adotado.
Sem muitas discussões, apenas confabulações entre quatro paredes para justificar o ato, foi feita a negociata. Lá estava o forasteiro de papel passado, a posar de pai. A rejeição havia sido consumada.
Antes, porém, na mesma sala onde a vergonha passou ao largo, mas a desonra se fez testemunha, o forasteiro recebeu o bom dote por abraçar Traumatizadinho.
Lá distante, na terra do Marimbondo de Bigode, o forasteiro cor de sangue também havia feito uma adoção. Lá não foi pai. Só padrasto.
Com o fim do dote, restou apenas o calote.