Todo mundo sabe que o governador José Maranhão tem um objetivo nítido e muito bem delineado, após o processo que permitiu a sua ascensão ao comando do Palácio da Redenção, em fevereiro deste ano.
Maranhão governa com os olhos voltados para a sucessão do próximo ano e tem a convicção de que o seu firmamento na política da Paraíba passa, necessariamente, pela manutenção do governo sob o comando do seu grupo, liderado pelo PMDB.
Passada a primeira tempestade, que foi o pedido de empréstimo, Maranhão, além da tarefa de tocar as obras que serão possíveis com os recursos, também projeta uma outra obra: a construção política do caminho que pode ou não lhe reconduzir ao governo do estado em 2010.
E as coisas estão muito definidas em termos dos desafios que devem ser travados a partir de agora. Maranhão precisa urgentemente resolver a questão que permeia o PT, após os atos de rebeldia e de dissidência do presidente estadual do partido, o deputado Luiz Couto, que decidiu assumir a postura de oposição ao governo e ergue de forma clara a bandeira da candidatura do prefeito de João Pessoa Ricardo Coutinho.
Ter o PT ao seu lado, solidário com o projeto de repetição da mesma aliança feita em 2006, significa, além do carimbo de Lula, um bom e significativo tempo no guia eleitoral, requisito primordial numa campanha eleitoral.
Nesse ponto de vista, o tempo urge, uma vez que o PED – Processo de Eleições Diretas, que o PT vivenciará em todo o país, marcado para o próximo mês de novembro, requer ações rápidas e costuradas amplamente, sob o acompanhamento da direção nacional da legenda.
Se a ala liderada pelos deputados Jeová Campos e Rodrigo Soares for vencedora nesse processo, Maranhão sai fortalecido. Mas, se Couto mostrar que tem musculatura e continuar como majoritário, o PMDB pode perder a perspectiva de manter o PT como aliado.