A demorada reunião entre os principais líderes do PSDB paraibano, realizada nesta sexta-feira, 25, serviu para cumprir mais uma etapa nas definições políticas, tendo em vista as eleições do próximo ano.
E ficou bastante claro que a principal delas foi a posição adotada pelo senador Cícero Lucena, presidente estadual do partido, que bateu o pé e disse que não abre mão da condição de comandante do ninho tucano.
Cícero deixou claro que não entrega a presidência do partido, nem mesmo para Cássio e deu um novo fôlego, uma nova demonstração de firmeza aos defensores de sua candidatura ao governo do estado.
Acontece que muitos apostavam em duas desistências por parte do senador paraibano: a de entregar o PSDB a Cássio; e a outra de renúncia do projeto de disputar o governo do estado pelo bloco oposicionista.
Com isso, Cícero dá o troco a muitos que trabalharam friamente na tentativa de sufocar a sua candidatura. Foi a forma encontrada para dizer que agora é tarde para tentar unir o bloco, que antes esteve coeso e venceu várias eleições na Paraíba.
Os próprios bastidores da reunião mostraram que o clima é de profunda crise interna no ninho tucano. Houve momentos de lavagem de “roupa suja”, de acirrados debates, de vozes exaltadas, de ânimos nervosos.
Resultado: Cícero deu o recado que precisava, deixou Cássio consciente de que não terá o comando do partido, nem tão pouco a sua desistência de disputar o governo da Paraíba no próximo ano.
Cícero deu o “NEGO” que muitos esperavam e decidiu, pela primeira vez, destoar do clã Cunha Lima a quem tanto serviu e foi parceiro de primeira hora nos últimos embates que a Paraíba vivenciou.
E com esse novo quadro, as oposições correm o risco de saírem extremamente prejudicadas com a divisão anunciada. O quadro começa a mostrar que teremos uma campanha bastante disputada e com a perspectiva de termos três candidaturas.
Cícero, hoje, disse a Paraíba que não aceita traição e subserviência e que está pronto para comandar o que restar daqueles que decidiram resistir aos ditames dos “caciques”, acostumados a mandar em tudo e em todos.