Os últimos acontecimentos nos levam mesmo a crer que o ex-governador Cássio Cunha Lima está mesmo decidido a levar a frente a sua decisão de apoiar o projeto político do prefeito da capital Ricardo Coutinho.
Eu, pelo menos, não tenho mais dúvida de que é isso mesmo que deve acontecer nos próximos dias.
Cássio, sem tirar nem pôr, tomará a decisão mais melindrosa de toda a sua vida política, correndo sérios riscos, inclusive, de sofrer prejuízos à sua imagem, que passará a ter mais uma pecha de traição.
Mas, ao que parece, e segundo muito se comenta, o abandono a Cícero não será o primeiro gesto de traição, acumulado na trajetória do ex-governador.
Félix Araújo, Cozete Barbosa, Gilvan Freire, Odon Bezerra, entre outros casos, já estão estampados na galeria dos fatos recentes da política da Paraíba.
O problema é saber como a opinião pública irá reagir a esse fato. Como o eleitorado vai absorver a todos esses acontecimentos.
Já que Cícero reafirma todos os dias que não abre mão do projeto de ser o candidato do partido, Cássio, obviamente, será candidato pelo PSDB. Usará o tempo do partido no rádio e na TV e com a candidatura de Cícero colocada, homologada pela legenda e registrada pelo TRE, não poderá subir no palanque de Ricardo.
A pergunta é clara: que contribuição dará Cássio a candidatura de Ricardo? São questões que só o tempo dirá a certeza da estratégia do ex-governador nesse momento em que vive os destinos da política do nosso estado.
Cássio corre o risco de abandonar o amigo histórico num momento decisivo para o grupo que sempre caminhou junto e venceu a grande maioria dos embates eleitorais.
Além disso, Cássio pode também estar passando o recibo de “traidor”, que dificilmente conseguirá livrar-se historicamente na sua carreira política.