Do lado esquerdo do peito. Dentro do coração. Foi assim que aprendi o sentimento de amizade, através das melodias da inesquecível canção, interpretada por Milton Gonçalves. E aposto que qualquer pessoa, possuidora dessa compreensão sobre a magnitude de uma verdadeira amizade, ainda é capaz de se emocionar concretamente a cada vez que escuta “Canção da América”.
O incrível é que estou chegando a conclusão que essa história de amizade verdadeira não passa de engodo, enganação, utopia. Sim. É isso mesmo meu amigo. E, na próxima semana, teremos a confirmação ou não, desta minha desconfiança.
Sei que coisa difícil nos tempos de hoje é amizade verdadeira, sincera, principalmente na política, que para muitos é considerada um antro de prostituição de personalidades humanas. Mas, ninguém conseguirá me convencer que Cícero e Cássio fingiram que eram amigos esse tempo todo.
E a história está aí pra mostrar que os dois eram amigos de verdade. Aquele tipo de amizade baseada na solidariedade, na ajuda mútua, nos momentos bons e complicados, na “fartura e na escassez”. Pois bem. Acontece que na próxima semana nós poderemos chegar a conclusão que essa amizade não era completamente verdadeira, pura e fraterna.
Cícero foi solidário a Cássio naquele histórico dia em que Burity sofreu o violento disparo. É amigo ou não quem se solidariza e protege quem empunha uma arma para tirar a vida de um ser humano? E Cícero, em nome da amizade foi solidário.
Cícero também mostrou que é amigo de Cássio quando se negou a ser o candidato de Maranhão, nas eleições de 2002, ao governo do estado, com fortes chances de vitória. É amigo ou não quem abdica do poder para preservar o compromisso com um amigo? E Cícero, em nome de uma amizade, abdicou.
Esses dois bons exemplos são mais do que necessários para mostrar que amizade deve ser algo verdadeiro. Mas, a partir da próxima semana podemos ter outra definição para essa coisa, esse sentimento que chamamos de “amizade”.
E Cássio pode ser o grande responsável por essa nova definição sobre a amizade verdadeira. Como pode um verdadeiro amigo, alguém que já deu provas insofismáveis de que é correto, leal, verdadeiro, ser traído de forma descabida, sem justificativas, sem explicação? E mais grave ainda é assistir aquele que você considerava um verdadeiro amigo lhe abandonar no meio do caminho para se juntar a alguém que até ontem promoveu as maiores “tiranias difamatórias” que um ser humano pode sofrer.
Esse é o dilema que o senador Cícero Lucena começará a enfrentar já a partir da próxima semana. O dilema de encarar a dura realidade de alguém que foi abandonado por quem ele menos esperava.
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