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Está mais do que claro: dificilmente a cúpula do PSDB, conseguirá resolver, pelo menos pacificamente, sem traumas políticos, o impasse estabelecido entre Cássio – que quer o partido apoiando a candidatura de Ricardo, e Cícero – ansioso pela manutenção de sua tese de um projeto próprio da legenda.
O fato é que a demora na solução deste “problemão” termina causando estragos irreparáveis na candidatura de Ricardo. E ele sabe disso. É tanto que o seu coletivo não engole de forma alguma o fato de Cássio ter assegurado que o partido resolveria a tese do apoio ao projeto do PSB sem traumas, sem problemas, inclusive, em tempo recorde.
E Ricardo acreditou nessa promessa de Cássio. O problema é que muitos não calcularam o grau de resistência que poderia ter o senador Cícero Lucena. Menosprezaram o poder de articulação do “caboclinho” e acreditaram de verdade que “o menino de campina” resolveria tudo.
E deu no que deu. Cássio, pelos fatos que se evidenciaram em todo esse processo, perdeu gordura eleitoral para o seu projeto de chegar ao Senado Federal, sofre os respingos da pecha de “traidor” muito bem rotulada pelos aliados de Cícero. Resultado: em qualquer pesquisa para consumo interno, feitas recentemente, uma queda acentuada é verificada, representada por números que beiram duas dezenas.
Ricardo, sem tirar, nem pôr, um dos principais protagonistas dessa novela eleitoral, também acumula uma grande fatia do prejuízo político nesse processo de indefinição dos PSDB do nosso estado.
Todos sabem que Ricardo já desfilou nos quatro cantos da Paraíba estampando o apoio do PSDB e colhendo os frutos da imagem gerada pelas notícias de que tudo já estaria certo, combinado e acertado.
E a história não é bem assim. Ricardo continua sem o PSDB, sem Cássio – que não poderá descumprir uma determinação do partido, caso seja a de manutenção da candidatura própria e jamais terá Cícero no seu palanque. E ele, Ricardo, precisava ter a garantia de que tudo estaria resolvido antes mesmo de sua desincompatibilização do cargo de prefeito, marcado para o início do próximo mês de abril.
Ricardo sem a “caneta” de prefeito, sem o PSDB, sem Cássio, sem Cícero, e quase perdendo aliados importantes nas próximas horas, pode sofrer uma espécie de definhamento político e eleitoral num momento fundamental para a consolidação do seu projeto de comandar os destinos administrativos da Paraíba.
