Nilvan

A infame traição vencerá a resistência?

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Será que podemos começar a acreditar que já estamos muito próximos do último capítulo dessa novela que envolve o PSDB da Paraíba? Veremos em pouco tempo ou de forma imediata o desfecho dessa guerra de projetos entre Cícero Lucena e Cássio Cunha Lima? Podemos apostar numa resolução já para o encontro que acontece neste sábado, em Brasília, cenário escolhido para o lançamento da pré-candidatura do ex-governador José Serra? Teremos ou não terreno propício para que sentem na mesma mesa as lideranças do partido na Paraíba e a alta cúpula do “tucanato” nacional?

Ricardo votando em Serra: o improvável

Conseguirá Cássio convencer José Serra a abdicar de um palanque próprio na Paraíba e permitir que o PSDB apóie um candidato que não seja ele? Isso mesmo. Ninguém em sã consciência venha me dizer que Ricardo Coutinho sairá de bandeira na mão e “botton” na camisa, gritando com todas as letras que vota em Serra para presidente e que sua defesa do governo Lula durante todos esses anos foi mero devaneio.

PSDB e PSB: Cássio é o único beneficiado

A proposta de aliança do PSDB com o PSB, a não ser que me prove o contrário, não soma absolutamente nada politicamente para o partido e suas lideranças. E vou mais além: em todo esse imbróglio, Cássio operou em causa própria, pensando único e exclusivamente na sua eleição para o senado, esquecendo os amigos históricos, de duras e antigas lutas. Cássio, que hoje não manda na prefeitura de Campina Grande e tendo sido retirado do comando do Governo do Estado, imaginou que sua única alternativa para se abrigar e empregar uma meia dúzia de “seguidores” nas tetas do poder público era a aproximação com Ricardo Coutinho. Basta observar onde estão acostados os seus principais amigos e aliados. O pior é que nem as lembranças das imagens da prisão do senador Cícero Lucena, ainda presentes na memória e nos acervos da imprensa, foram suficientes para convencer Cássio da truculência de sua tese.

Cássio ganha e não leva

O que se tem de mais claro em toda essa confusão é que Cássio pode até convencer a direção nacional do partido a concordar com sua tese entreguista e infame, mas, dificilmente poderá ter o prazer de dizer que conduziu o PSDB para os braços de Ricardo Coutinho de forma uniforme, unânime e coesa. Cássio, independente do final dessa novela, será o grande culpado pelo completo esfacelamento da legenda. Ele, Cássio, assiste e contribui para a condução de um partido ao maior e mais crítico desgaste já vivenciado, às vésperas de um embate histórico, que é a retomada do poder à nível nacional.

O PSDB continua sendo o calo de Ricardo

Seja qual for o resultado nas hostes do PSDB, os ventos apontam que o senador Cícero Lucena é o “calo”, o pesadelo mais temido pela candidatura do ex-prefeito Ricardo Coutinho. Ricardo sabe que não terá o prazer de receber o voto de Cícero, que já provou do seu veneno e da sua maldade. Dessa idéia comunga uma legião de seguidores de Cícero, que, ao contrário de Cássio, não aceita a traição, a prepotência, os ditadores e perseguidores. Ricardo sabe que precisaria do apoio de Cícero para começar a campanha com uma maioria significativa partindo aqui de João Pessoa. E não terá esse apoio nem que “a vaca tussa”. É aí onde mora o problema e todo mundo sabe disso.

Quem tem prazo não tem pressa

Enquanto Cássio corre contra o tempo e tenta acelerar uma decisão do partido, via direção nacional, todos nós sabemos que Cícero Lucena não enfrenta esse problema. O tempo, nessa conjuntura, arma contra Cássio e Ricardo, que fraquejam a cada dia que a decisão é adiada e empurrada para Junho. Cícero, que já resistiu até agora a todas as tramas, armadilhas e “bolinhas de gude”, planejadas e orquestradas pelo ex-governador Cássio Cunha Lima, não estranhará se algo for empurrado por mais alguns dias.

 

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