Nilvan

Um tiro no pé dos cassistas

msn: [email protected] twitter.com/nilvan Contato: (83) 8756-9140/9135-8482 A política é impiedosa quando se trata de pregar algumas peças em determinadas situações, […]

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A política é impiedosa quando se trata de pregar algumas peças em determinadas situações, que as vezes parecem diferentes, mas, na essência, são iguais, obrigando, de acordo com a questão conjuntural, a um processo de nivelamento implacável, comprometendo certos discursos, que tem um mero interesse momentâneo, para satisfazer o ego da “galera” e os “chavões” dos palanques.

Acho que o episódio da cassação do mandato do prefeito Veneziano Vital do Rêgo impõe aos seus adversários, principalmente em Campina Grande, certo castigo e profundo desgaste no discurso usado desde a última segunda-feira, data em que foi prolatada a decisão do Juiz Eleitoral.

Não estou aqui querendo dizer que Veneziano é inocente, nem tão pouco que o magistrado errou ao interromper o mandato do gestor, mas, principalmente os “cassistas” são vítimas de um velho chavão, muito utilizado quando alguém puxa para sim uma justificativa e não reconhece que ela também pode ser aplicada ao seu principal inimigo. E o destino é bem prático quando decide estabelecer as condições objetivas para a repetição de acontecimentos idênticos, mas em momentos diferentes.

Todos lembram que o principal argumento usado pelos aliados do ex-governador, quando da sua cassação, foi o de que a Justiça Eleitoral tinha cassado não o mandato de Cássio, mas a soberania popular, a decisão popular, o respaldo da população, que tinham subtraído o desejo de mais de um milhão de eleitores.

Hoje, quando a vítima é Veneziano, os mesmos que defendiam a manutenção do desejo das urnas tratam de referendar a decisão do juiz, afirmando que a cassação foi acertada e que o “cabeludo” deveria mesmo ser defenestrado da cadeira de prefeito com a conseqüente posse do segundo colocado nas eleições.

Ou seja, é aquela velha história: com Cássio foi usurpação da vontade popular. Mas, quando trata-se de Veneziano foi a justiça que funcionou, que impôs o rigor da lei contra os políticos que ousam em usar o dinheiro público em campanhas eleitorais. E aí, como em política pode tudo, dependendo dos interesses de cada um, a Justiça vai sendo interpretada de duas formas: a primeira, que quando decide é equivocada, que sofre influencia da imprensa, que rouba do povo o direito sagrado estabelecido nas urnas; e a segunda, que pode sim interromper um mandato, também conquistado nas urnas, através do voto da população.

Nesse episódio, que culminou com a cassação do mandato de Veneziano, os “cassistas” deram um “tiro no pé” quando elogiaram a decisão da justiça, porque há pouco mais de um ano, também foram vítimas de uma decisão quase idêntica, guardadas, é claro, as peculiaridades de cada um dos processos.

A empolgação não deveria ser tamanha, uma vez que o processo contra Veneziano apenas está numa primeira fase. A cassação foi deliberada pela instancia primária, podendo ainda ser apreciada, com possibilidades de reversão definitiva, tanto pelo TRE como pelo TSE. 
           

 

 

 

 

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