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AINDA SOBRE A ORQUESTRA

  Depois de tantos e-mails, telefonemas e comentários sobre o artigo de minha autoria intitulado SALVEM A ORQUESTRA! , publicado […]

 

Depois de tantos e-mails, telefonemas e comentários sobre o artigo de minha autoria intitulado SALVEM A ORQUESTRA! , publicado nesta coluna no último dia 25 de maio, não poderia deixar de expor alguns esclarecimentos pertinentes aos meus leitores, como também deixar claro que esse é um espaço democrático onde as pessoas podem, devem e tem todo o direito de se pronunciar, seja a favor ou contra, independente do assunto por mim redigido.

   Sinceramente não imaginei causar tanta polêmica em torno de um assunto que tenho a obrigação de denunciar, mesmo que nesse assunto estejam envolvidas pessoas que tenho o mais profundo respeito.  Da mesma forma que fui procurado por alguns músicos que me colocaram os problemas que hoje passa a Orquestra Sinfônica da Paraíba – OSPB, recebi a visita, também,  na minha casa,  do colega e músico  João Linhares, atual regente da orquestra que me explanou a sua versão sobre os fatos, segundo ele mesmo esclarece. Achei por bem publicá-los, até para que vocês analisem como bem convier e tirem suas próprias conclusões.

   Sobre os “equívocos” listados por João através de e-mail enviado a este colunista, ele discorda quando digo que não se pode admitir posições a colegas de profissão com tamanha irresponsabilidade, tentando humilhá-los com um tratamento indigno e superficial. Segundo João Linhares “é inaceitável essa mentira”. “Não tenho ataques e sim reações”. “Além disso, sempre sou atacado primeiro e o que faço é reagir e colocar as pessoas nos seus devidos lugares”.  Linhares ainda disse que “o nível de educação da orquestra não é tão alto quanto se possa imaginar”.

   Sobre a formação didática do regente, João disse “me perdoar por eu desconhecer a sua formação”. Nesse caso, quero deixar claro que os músicos que me procuraram me informaram que o Maestro João Linhares não tinha o curso de Bacharelado em Música e por isso não estaria apto para reger uma orquestra. Se isso é ou não verdade, sinceramente não sei. João também não me informou seu currículo!

   Quando me referi a falta de diálogo entre os músicos e seu regente, muitas vezes imposta a condição da força e da brutalidade, o Maestro João Linhares esclarece “ter sido mais uma caricatura exagerada”. “Não é força nem brutalidade, é apenas a minha personalidade em confronto com os problemas”, disse.

   Diante da informação que um músico teria sido dispensado por não querer ensaiar embaixo de uma goteira, João Linhares afirma dizer ser mais uma mentira: “a musicista foi quem abandonou o ensaio e mais dois outros músicos também tentaram parar”. Não seria mais fácil consertar essa goteira? Segundo Linhares, ninguém pode parar o ensaio da orquestra a não ser o Maestro. “O que fiz foi reagir a esse desrespeito”. “Da mesma forma, não me curvei, apenas considerei que colocar pra fora seria exagerado e o mesmo não voltou por causa dos apelos”. Segundo Linhares, “alguns colegas pediram para que eu a colocasse para fora, além disso, as pessoas estão mal acostumadas e criam confusão com todos os regentes”. Disse ainda que “quando aconteceu comigo, reagi e dei três advertências e uma delas, inclusive, foi por ter me chamado de ditador na frente da orquestra, o que considero uma ofensa”. João disse ainda que o caso de Nelson Campos, o músico que mora no Chile e vem participar do concerto todos os meses, “é delicado e, por sua postura profissional, precisa ser tratado com serenidade e respeito”. “Não está havendo injustiça, apenas espera. Há problemas mais graves para resolver primeiro.” Disse também que “todo músico precisa ensaiar, mesmo aquele que é considerado o The Best”, como é o caso de Nelson.

   Em relação aos baixos salários dos músicos, João relatou que “a orquestra está amparada e trabalhando para melhorar”. “Em todas as profissões se trabalha primeiro para depois ganhar e a dificuldade faz parte dos obstáculos que temos de superar”. “Pode faltar dinheiro, mas não vai faltar música de qualidade”. Nesse caso tenho que discordar de Linhares. A gratificação de 700 Reais foi retirada dos músicos e depois recolocada com um valor inferior e isso não é justo. Além disso, o salário é fundamental para incentivar toda e qualquer categoria. Quando se mexe no bolso de quem quer que seja, não tem como deixar de se reclamar.

    Independente das colocações do maestro João Linhares ou dos músicos que me procuraram, é importante que a Paraíba valorize a nossa orquestra e não ponha em risco aquela que já foi considerada a primeira do Brasil. Mostrar os dois lados da moeda e procurar uma solução pacífica para o caso é o melhor caminho. Isso é democracia! Espero que a sensibilidade dos governantes aponte para isso. A Paraíba espera!

PS1 – Aproveito o esclarecimento de João Linhares para mencionar o nome do Maestro Rino Visani, esquecido em meu artigo, por distração mesmo. Rino Visani nasceu na Itália em 6 de agosto de 1916 e chegou na Paraíba nos anos 50. Em 1953 foi contratado pela Rádio Tabajara onde dirigiu programas de música de câmara com elevados índices de audiência. Em 1960 foi contratado pela UFPB e regeu a OSPB realizando vários concertos no Teatro Santa Roza e no Parque Solon de Lucena. O Maestro Rino Visani é avô da jornalista e apresentadora de TV, Carla Visani.

PS2- Aproveito também para repudiar aqueles que assinam seus comentários em nome de outras pessoas, como foi o caso da jornalista Ruth Avelino, que teve seu nome veiculado sem nem sequer ter lido a matéria, como ela própria me disse. É a maldade lastimável presente no ser humano!

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