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Faça sua história!

     Quando criança não imaginava que a vida fosse tão rápida e passageira. Achava uma eternidade ter que se […]

  

  Quando criança não imaginava que a vida fosse tão rápida e passageira. Achava uma eternidade ter que se submeter aos limites da idade, achando sempre que estava sendo reprimido por aquilo que tinha certeza que poderia fazer com responsabilidade. Quem na sua adolescência não quis ser um pouco mais velho para ter o direito de ir a uma boate ou sair com os amigos à noite? Quem nunca desejou a maior idade para compartilhar o primeiro gole ou o primeiro trago? Quem nunca torceu para ficar mais velho e ter o direito de dirigir, sair, namorar, se libertar, enfim se achar adulto o suficiente para ser dono do seu próprio nariz? O tempo passa e com ele os conceitos se modificam. Uma curiosidade é que isso pode ser observado nos dedos das próprias mãos. O “dedo mindinho” representa a primeira década de vida. O “seu vizinho” a década dos 20. O “maior de todos” representa os 30. O “fura bolo” equivale aos 40 e finalmente o “polegar” que representa os 50. A partir daí faltam dedos para a história e a vida gradativamente se declina. O importante é entender esse declínio como um processo natural e viver com felicidade.

   O comportamento do ser humano é imprevisível e engraçado. Depois que ele alcança a maior idade, começa a sentir saudades da infância e da adolescência. Inverte-se na cabeça a verdadeira razão do tempo e começa-se uma preocupação na construção de sua própria vida. Dos 20 aos 30 anos é o tempo limite para construção dessa liberdade. Essa é a idade do pique, dos sonhos e das realizações. Dos 30 aos 40 solidifica-se essa base e com ele vem às preocupações com o sucesso profissional, família, amigos.  Quando se alcança o desejado, tudo bem, mas quando não as dificuldades são redobradas e o mundo pode se tornar uma tremenda frustração. É a famosa crise dos 40 onde muitos viram alcoólatras enquanto outros não conseguem sequer sair da casa dos pais. São os chamados “bons vivãs” ou “maiores carentes”. Enquanto uns tentam aprimorar aquilo que a idade deteriorou, os vaidosos sofrem ainda mais. A tatuagem começa a despencar e as rugas a se desenharem com mais freqüência. Estica pra lá, estica pra cá e pouca coisa muda. Não tem academia que dê jeito!

    O tempo de cada década faz do homem uma eterna busca pela eternidade. A década dos 40 aos 50 já não é tão turbulenta assim, mas em compensação começam a aparecer os primeiros problemas físicos inerentes a idade. Vista cansada é o primeiro deles. Fisicamente falando, depois dos 50, muita coisa muda. Além dos cabelos brancos, começam a crescer pelos nas orelhas e no nariz. A barriga cresce, o cabelo embranquece, as juntas enrijecem. É como diz um amigo: “todo salto passa a ser mortal e o que não dói coça!”.  A freqüência médica a partir dessa idade cresce assustadoramente e o plano de saúde dobra o valor da mensalidade. O prejuízo passa a ser físico e financeiro.

   Chegar aos sessenta com excelente saúde é quase uma glória. Alguns, no entanto, conseguem. Em compensação depois dos 70, 80 ou 90 tudo vira lucro. A vida passa a ser gozada pela alegria dos outros. Seja na realização de um filho, na felicidade de um neto ou simplesmente nas recordações da própria vida.

   Analisando essa cronologia, melhor seria respeitar cada etapa da existência tentando se adaptar as suas reais evoluções. A vida é feita de histórias. Vivê-las intensamente todos os dias, construir amizades verdadeiras, se abrir a novas experiências, buscar o conhecimento, aprimorar as relações, se permitir, construir o amor e se entregar aos melhores pensamentos sem medo de correr riscos é a melhor maneira de se alcançar um final feliz e sereno. Mesmo que a vida não tenha sido aquilo que você esperou, é importante tentar pelo menos realizar aquilo que se pensou. O importante é ter histórias para contar e ser feliz, caso contrário a velhice se torna chata e inconseqüente. Faça, portanto, sua história, para que possa reproduzi-la com alegria aos que vão dar continuidade a sua árvore genealógica. Só dessa forma a vida poderá ser prazerosa e feliz até o seu último suspiro.

 

 

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