A Força da Midia

   Não tem mais como duvidar dos desmantelos que ronda a nossa querida Paraíba. Os escândalos são tantos e sucessivos que não dá tempo sequer de apurar as denúncias. Como se não bastasse o descaso com a merenda escolar, os escândalos envolvendo um gari da Emlur, a desapropriação duvidosa de Cuiá, o superfaturamento dos hortigranjeiros e tantos outros, vêm agora o escândalo dos livros, mais uma falcatrua para entrar na lista de documentos falsos, desonestidade e corrupção. Dribla daqui, dribla dalí,  as denúncias acabam sem serem apuradas e o poder da mídia bombardeia a opinião transformando o certo no duvidoso confundindo a população.

   Analisando friamente, o processo que levou a ascensão do projeto “socialista” não foi nada mais do que a falta de criação de novas lideranças na política paraibana e a vontade do povo de querer apostar no que seria provavelmente o novo. O resto foi pura mídia.  O nosso atual governador se colocou no campo político representando isto, e fez dessa aparente virtude o seu marketing de campanha.  A força da mídia agregou em seu discurso honestidade e transparência além de ter, como parlamentar, uma história de luta em defesa de quase todas as categorias. A ficha depositada no discurso de Coutinho levava a crer que teríamos um projeto limpo e transparente numa perspectiva real de desenvolvimento e que traria um novo tempo para a Paraíba. O tempo está mostrando outro lado da história a partir de escândalos quase que diários envolvendo o seu nome na época de sua gestão.

   No seu mandato como prefeito, não podemos deixar de reconhecer que avançamos em alguns setores essenciais para o nosso desenvolvimento, mas é necessário que a população saiba que o sucesso dessa administração foi unicamente por ter ao seu lado uma bancada forte e bem relacionada com o Planalto Central trazendo recursos através de várias emendas e convênios, a exemplo do PAC.  Isso nunca foi publicado! Os méritos nesse caso caíram para o “socialista” que, sabendo bem aproveitar, excluiu qualquer benefício trazido por estes parlamentares preferindo reinar sozinho no trono das sua convicções.

   O sistema empregado na sua gestão tem provocado choques desnecessários pela simples incapacidade de dialogar. Seria bem mais fácil que o Governo, mesmo que fosse para dizer um “não”, recebesse as classes que solicitam audiência em busca de reinvidicações pertinentes ao cotidiano de toda e qualquer gestão. Infelizmente não é esse o seu procedimento e quem acaba sofrendo é o povo paraibano que nada tem a ver com o temperamento agressivo e desnecessário do governador. Que o digam as greves e suas categorias que a cada dia se vêem diante de constantes brigas entre o Poder e a Justiça. Por conta disso vive-se uma permanente queda de braço com as várias categorias atrasando o nosso desenvolvimento e impedindo de avançar inclusive até em pequenas coisas. Quem perde mais uma vez é a população.

   Independente do “novo escândalo” ou do que estar por vir, o fato é que a partir de agora muita coisa mudará com a chegada do “choque de mídia” que o governo começou a divulgar essa semana. Serão peças e mais peças publicitárias envolvendo jornal, rádio, televisão, impressos, mídias alternativas e redes sociais que tentará transformar a sua imagem.   A intenção é mudar a opinião pública do desgaste sofrido até agora e pontuar algumas obras como construção e pavimentação de estradas no interior. Presumo que a memória curta e a influencia midiática provocará mudança de opiniões, mas não creio que no fundo isso seja um fator capaz de causar uma mudança significativa na consciência de cada um. Não podemos deixar de considerar que as perseguições e demissões efetuadas nesse primeiro ano de governo, ainda estão presentes no coração e na cabeça da maioria dos paraibanos principalmente daqueles que de uma hora para outra se viram obrigados a mudar ou a se adaptar a uma nova realidade de vida. Há os que sofreram na pele os transtornos dessas ações.  Quando se fere o corpo, a dor com algum tempo passa. Ferir a alma,a dignidade, no entanto, é muito mais intenso já que se eterniza na memória e isso não se dissolve facilmente.  A mídia , no entanto, terá a missão de tentar destruir essa imagem. Na minha modesta opinião, sinceramente acho que vão acabar conseguindo. Uma mentira dita várias vezes acaba virando verdade mesmo que essa verdade seja uma estória. Já vimos isso acontecer!