UM FAZ, OUTRO DESMANCHA!

            A política na Paraíba sempre foi pequena e mesquinha. Não é de hoje que as vaidades e a falta de respeito com o dinheiro público se misturam entre farpas e desprezo, fazendo com que o nosso povo “pague o pato” pela perseguição pessoal e incoerente de quase todos os governantes. Sempre foi assim!

            Infelizmente o nosso estado sofre com essa prática de acabar ou ignorar tudo que o governo anterior fez. Quem não se lembra do prédio do Fórum Cível que passou por vários governos sem ter a sua obra concluída apenas porque o projeto pertencia a um governante de outro partido? Quem não se lembra dos projetos culturais importantes que impulsionaram a cidade e foram extintos simplesmente por um capricho de uma nova gestão? O “Centro em Cena”, por exemplo, era um deles. Quem não se lembra que até hoje os nossos estádios de futebol, tanto o de João Pessoa como o de Campina Grande, não foram finalizados pelo simples fato do governo não querer investir no que foi trazido por outros? É por essa e outras razões que é comum você ver obras inacabadas ou simplesmente abandonadas em todo território paraibano.

            Na verdade, essa cultura arcaica e grotesca já virou tradição e vire e mexe tem uma obra pública sendo reinaugurada ou simplesmente abandonada pelo gestor do momento. O Hospital de Trauma de Campina Grande, por exemplo, mesmo já tendo sido inaugurado pela gestão anterior, foi reinaugurado pelo atual governador com direito a mudança de placa e tudo mais. É cômico e ao mesmo tempo hilário! Você sabia, por exemplo, que quase todas as estradas que foram entregues pelo estado até agora, são obras da gestão anterior? Da mesma forma, barragens e açudes estão sendo entregues à população como se fossem uma ação do atual governo, o que não é, e isso certamente não é publicizado. É dessa forma que se engana a população e se legitima mentiras. O Centro de Convenções, por exemplo, foi concebido no governo de Cássio Cunha Lima, iniciado no governo Maranhão e provavelmente será finalizado no atual governo. A pergunta é: será que haverá esses dados na placa inaugural? Com certeza não!

            No começo dessa semana, uma notícia triste e que retrata bem o que estou aqui explanando, pegou a população de surpresa: a produção de “algodão colorido”, uma referência nacional e motivo de orgulho de todo paraibano, teve, simplesmente, seu plantio diminuído em 94%. A informação vem da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o principal fator para o declínio da produção é a falta de incentivo por parte do governo estadual para os pequenos agricultores e produtores.  

            A denúncia partiu do Senador Vital do Rêgo Filho que lamentou a falta de políticas públicas para esse setor.  Segundo Vital, “o algodão colorido é sucesso no mundo inteiro e proporcionou uma revolução na indústria têxtil por isso não podemos permitir esse retrocesso que vem ocorrendo nos últimos anos”.  É importante relembrar que a Paraíba tornou-se uma referência nacional na produção do algodão colorido e, para quem não sabe, hoje, dos 5 mil hectares plantados em nosso estado restam apenas 300 hectares, o que representa uma perda significativa refletida não só na economia estadual, mas que atinge diretamente a economia,  qualidade de vida e autoestima de agricultores e produtores paraibanos.

            Mais uma vez a política de “um faz e o outro desmancha” entra na prática dos que não conseguem manter os bons projetos pelo simples fato de não ser o “mentor” ou o “pai da criança”. Com essa lógica mesquinha e descompensada a Paraíba mergulha cada vez mais no atraso e na pequenez do pensamento egoísta que só faz levar o nosso estado para baixo e atrapalhar várias outras ações.  Até quando?