Cássio e as escolhas que terá pela frente

A batalha travada e vencida para conseguir chegar ao Senado Federal foi, sem dúvidas, um dos maiores desafios da vida pública de Cássio Cunha Lima. Talvez até maior que o das urnas, diante da expressiva votação por ele obtida. A mesma Justiça que não lhe permitiu concluir o mandato de governador e lhe tirou um ano do mandato de senador, reconheceu, enfim, o direito de Cássio outorgado pelo povo da Paraíba, determinando sua posse imediata no Senado da República. Mas, o filho de Ronaldo tem outros desafios pela frente.

Logo após tomar posse, nesta terça-feira (08), o novo senador paraibano deverá ser questionado, por exemplo, quanto ao seu posicionamento em relação ao governo federal. Não é segredo para ninguém que Cássio sempre teve uma relação, no mínimo, amistosa com o ex-presidente Lula. Chegou a ser sondado para se filiar ao PT, em certas ocasiões. Também é público e notório que o PSDB planeja “radicalizar” o discurso de oposição ao governo Dilma, na tentativa de viabilizar a candidatura de Aécio Neves à sucessão presidencial de 2014.

Aécio, como também todos sabem, encabeçou movimento em favor de Cássio antes e depois da decisão do STF determinando sua posse. Os tucanos, é claro, esperam a devida retribuição do apoio. Com quem Cássio ficará?

A mesma pergunta será feita ao tucano na Paraíba, mudando apenas os personagens da história. Cássio terá que decidir entre a aliança vitoriosa de 2010 com o atual governador Ricardo Coutinho (PSB) e o “velho companheiro” de tantas batalhas, Cícero Lucena, que deseja seu apoio para disputar a Prefeitura de João Pessoa. Nesse caso, antes mesmo da posse o ex-governador já dava alguns sinais sobre a resposta.

O primeiro foi afirmar que a eventual candidatura de Cícero não poderia e nem deveria comprometer a aliança com Ricardo. Na festa em que comemorou a decisão do STF, em Campina Grande, Cássio também elogiou o prefeito Luciano Agra, provável adversário do tucano. De quebra, ainda admitiu bater chapa com Cícero para tomar-lhe a presidência do PSDB na Paraíba. Para um bom entendedor, meia palavra basta.

Mas, nem sempre. Cássio sempre gostou de surpreender em suas decisões. Portanto, mesmo com tantas evidências, não custa nada aguardar os acontecimentos. Afinal de contas, o homem agora tem mandato e não é tão “dependente” como antes de chegar ao Senado Federal.

Fogo amigo

Parece que depois de tantas “vassouradas” que levou nessa “Operação Limpeza” patrocinada por alguns de seus auxiliares, o prefeito Luciano Agra decidiu endurecer o jogo e estabelecer um controle mais rigoroso nas licitações para compra de produtos dessa área. Agra teria confidenciado a um amigo que não gostou da repercussão das denúncias e ficou “com uma pulga atrás da orelha” em relação à possibilidade do chamado “fogo amigo”.

Manoel Júnior não desiste

Mesmo reconhecendo o aparente favoritismo do ex-governador José Maranhão, o deputado federal Manoel Júnior não desiste do projeto de ser candidato a prefeito pelo PMDB e mantém a realização de reuniões para denunciar os problemas dos bairros da Capital e colher subsídios para o seu programa de governo. Na pior das hipóteses, tem feito o que vereadores de oposição deveriam estar fazendo e não conseguem.

Campanha contra forasteiros

Pré-candidatos a prefeito de Cabedelo, Wellington Brito e Luceninha têm propagado, por onde passam, que a população de Cabedelo não deve votar mais em candidatos “forasteiros”, que desconhecem a realidade e os problemas da cidade. O discurso  é um duro golpe nas pretensões do deputado Trócolli Júnior, também pré-candidato, com base eleitoral em João Pessoa.