Vanderlan Farias

Por que não querem que Daniel Gonçalves fale?

Não dá para entender certas coisas do Governo do Estado. Com maioria em plenário, deixou aprovar requerimento convocando o empresário […]

Não dá para entender certas coisas do Governo do Estado. Com maioria em plenário, deixou aprovar requerimento convocando o empresário Daniel Gonçalves, dono da New Life, para falar sobre o rumoroso caso dos livros vendidos à Prefeitura de João Pessoa, na época tendo à frente o atual governador, Ricardo Coutinho (PSB). Deixou aprovar, quando poderia rejeitar.

Quem não deve não teme, justificariam os governistas mais apressados. De fato, ficar contra a convocação poderia gerar interpretações diversas, inclusive que o Palácio da Redenção estaria com medo do que Daniel viesse a revelar perante os deputados e demais autoridades. Até aí, tudo bem. Mas, se foi esse o raciocínio, por que então tentar agora obstacular a audiência pública? Ainda mais com um requerimento que nem autor tem. É, no mínimo, contraditório.

A bancada governista tem todo direito de alegar que a realização da audiência pública é anti-regimental. Cabe à Mesa Diretora recorrer à Procuradoria Jurídica, como o fez, para dirimir dúvidas. Agora, por que essa alegação não surgiu antes? E por que fazer a coisa de forma obscura, sem identificação, com deputados apenas rubricando um documento apresentado em plenário? São perguntas que talvez o Governo ou sua bancada não queira responder.

Mesmo porque, após tanta trapalhada registrada desde a apresentação da proposta de convocação do empresário, seria mais aconselhável ao Governo preparar uma estratégia de defesa, ao invés de continuar tentando impedir a audiência pública. Até porque, Daniel Gonçalves parece disposto a falar de qualquer jeito, seja no plenário da Assembléia ou em praça pública. A oposição e as autoridades convidadas também parecem dispostas a ouvir o que ele tem a dizer. Cabe à situação e ao governador Ricardo Coutinho se precaverem para as conseqüências desse depoimento. O resto é chover no molhado.

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Faltam as emendas

O empréstimo de R$ 600 milhões que o Governo do Estado quer fazer ao BNDES foi aprovado pela CCJ da Assembléia Legislativa. Falta agora o plenário. Antes disso, o Governo do Estado terá que “bater o martelo” sobre as emendas dos deputados. Tudo depende ainda de reunião do Colegiado de Líderes.

Matérias do Judiciário aprovadas

Indiferente ao impasse entre Executivo e Legislativo, o Judiciário conseguiu aprovar o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos seus servidores e ainda projeto que define gratificações para assessores de juízes. Sem nenhum voto contrário.

Rejeição estranha

Pela primeira vez na história, estudantes protestam contra gratuidade da carteira. Não dá para entender o que ocorreu na Câmara Municipal de João Pessoa. O vereador Mangueira (PMDB) tem toda razão: tem algo estranho nessa rejeição da estudantada ao seu projeto.

Vespeiro

O deputado Tião Gomes mexeu num vespeiro. Quer debater, publicamente, as causas da falência dos clubes de futebol paraibanos. Se levar à frente, vai entrar no “feudo” em que se transformou a Federação Paraibana, administrada há 40 anos por uma só família. O mal começa por aí.  

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