O depoimento do empresário Daniel Gonçalves, que tanto a situação tentou evitar, pode ter sido mais questionador do que esclarecedor. Mas, colocou novamente a Paraíba no “olho do furacão”, no cenário político nacional, com denúncias de fazer inveja à “era de PC Farias”, aquele famoso tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Melo que morreu (?) sem revelar os segredos dos bastidores da vitoriosa campanha eleitoral do alagoano.
Desde o início da tarde de ontem (01), circula a informação de que profissionais de imprensa do sul do país estariam levantando farto material com base nas informações prestadas pelo empresário paraibano, principalmente no tocante à suposta relação estabelecida entre os R$ 2,3 milhões pagos pela Prefeitura de João Pessoa à Pietro Harley, dinheiro que seria destinado à New Life, e a campanha eleitoral do atual governador Ricardo Coutinho (PSB).
Tudo bem que até agora não passam de denúncias, mas o conteúdo do baú aberto pelo dono da distribuidora de livros, na Assembléia Legislativa, é considerado nitroglicerina pura e certamente será bem explorado. Portanto, não será surpresa se reportagens semelhantes à divulgada pela revista Época, semana passada, consumirem minutos do horário nobre da televisão ou capas de impressos e portais nos próximos dias.
Além disso, a oposição deve insistir na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o caso a fundo, mesmo que isso comprometa o desempenho dos trabalhos do próximo período legislativo, e acompanhar de perto as investigações em andamento no Ministério Público Estadual.
Como se pode ver, a missão dos governistas a partir de agora será bem mais árdua do que tentar abafar o depoimento de um dos protagonistas do rumoroso caso dos livros.